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"Agora eu ganhei uma janela para a rua", festeja Perceliana Maria de Oliveira, 43 anos, moradora do Parolin desde que nasceu. Ela acompanha a construção de sua primeira casa de alvenaria, onde vai morar com três filhas e uma neta. A moradia, de 45 metros quadrados, tem dois quartos, sala e cozinha geminada e banheiro. O quintal é minúsculo.

Como o marido de Perceliana é pedreiro, a casa – ainda sem forro e sem piso – já ganhou azulejos na cozinha. "Gosto daqui. Conheço todo mundo. Com casa própria vai ficar menos complicado dizer que moro no Parolin", comenta. Maria Joana de Oliveira, irmã de Perceliana, não teve a mesma sorte. Há alguns anos ela perdeu toda a documentação e não pôde regularizar sua situação junto à Cohab. "Fiquei indigente", comenta a mulher que lembra de pescar e lavar roupa no Rio Guaíra, nos idos de 60, além de ver o trem passar justamente onde mora hoje.

Apesar de pessoas como Maria Joana estarem vendo o PAC passar por elas, o líder comunitário Édson Pereira afirma que há motivos de sobra para comemorar. "O único comércio que crescia no Parolin era o da cerca elétrica. Somos 30% do bairro, mas não estávamos integrados. Isso vai mudar", alardeia, sobre a rebelião da paisagem prevista para ser concluída em no máximo três anos. Seu festejo é apoiado pelos veteranos da região.

Adir Gonçalves, 39 anos, catador de papel e nascido na vila, diz que a abertura dos becos, a pavimentação e a construção das casas vai mudar a história do Parolin. "Os becos facilitavam a entrada dos viciados e bandidos de madrugada. Não tem como melhorar 100%, porque é impossível. Mas vamos avançar." Adir ganha R$ 300 por mês e calcula que vai pagar R$ 30 de prestação da casa à Cohab.

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