Em entrevista na Assembleia Legislativa ontem à tarde, o governador Beto Richa sinalizou que não deve conseguir manter 100% do subsídio estadual para a tarifa do transporte coletivo em Curitiba e região metropolitana. A declaração joga um balde de água fria nas negociações entre Richa e o prefeito eleito da capital, Gustavo Fruet, que tem defendido uma maior participação do estado para cobrir o rombo nas contas do sistema o déficit neste ano deve chegar a R$ 58,7 milhões.
O governador afirmou ontem que "não pode passar para o estado compromissos dos municípios". Ele reiterou que, se possível, pode manter o subsídio, mas de forma temporária. "Tenho uma relação de respeito e até de amizade com o prefeito eleito, mas não sei se vou conseguir manter 100% (do subsídio). Ajudamos os municípios uma hora ou outra, mas não de forma permanente", reforçou o governador.
A ajuda financeira para o transporte coletivo foi um dos temas presentes no primeiro encontro pós-eleições entre Fruet e Richa, na última quinta-feira. Na ocasião, o prefeito eleito declarou que serão necessários entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões em repasses do governo estadual para evitar um reajuste drástico no valor da passagem no ano que vem. Fruet também defendeu que a manutenção do subsídio é uma questão de "justiça social".
Os valores requisitados estão longe da quantia que será efetivamente destinada para os cofres da Urbs em 2013. O convênio firmado entre prefeitura e governo estadual prevê o repasse, até abril, de R$ 26,3 milhões. Não há qualquer garantia ainda de que, após esta data, o convênio será prorrogado.
A reportagem tentou contato ontem com Fruet para comentar as declarações do governador. Tanto ele quanto a sua assessoria, porém, não atenderam às ligações.
Diferença
Segundo a Urbs, o rombo nas contas do transporte ocorre devido aos custos de operacionalização das linhas na região metropolitana, já que o sistema se paga na capital. Hoje, a passagem custa R$ 2,60, mas a tarifa técnica valor que é efetivamente repassado para as empresas, com base nos custos do sistema chega a R$ 2,87.
A previsão é que um novo reajuste na passagem ocorra em fevereiro, que é a data-base de motoristas e cobradores.
A redução de subsídios feita pelo estado ao município pode criar desgaste político? Quais as consequências para a população? Deixe seu comentário abaixo.
Leia as regras para a participação nas interatividades da Gazeta do Povo.