Dos 2,5 mil quilômetros do Anel de Integração, 1,8 mil são de rodovias federais.| Foto: Antônio More / /Gazeta do Povo

Uma reunião em Brasília nesta segunda-feira (7) oficializou o interesse do governo do Paraná em estender o prazo da cessão de rodovias federais. O governador Beto Richa esteve em audiência com o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, para solicitar que o governo federal amplie o tempo em que as estradas da União estão sob a responsabilidade do Paraná. A ampliação do prazo de cessão é uma condição para conseguir negociar a prorrogação de contrato de pedágio no estado. Dos 2,5 mil quilômetros do Anel de Integração, 1,8 mil são federais e foram “repassados” temporariamente ao governo do Paraná. O prazo vence em 2021.

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A reunião de Richa com Rodrigues foi no início da tarde desta segunda-feira (7). A assessoria de imprensa do governador confirmou que ele estava em Brasília em reunião com o ministro, mas informou que não tinha mais detalhes sobre o encontro. O teor da conversa foi confirmado pelo secretário de gestão do Ministério dos Transportes, Luciano Castro, que responsável por elaborar um relatório para definir os termos da renovação.

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Entre as exigências do governo federal para concordar com a ampliação de prazo estão a redução das tarifas e a inclusão de mais obras, como duplicações. Castro esteve no Paraná duas vezes neste ano, para reuniões com representantes do governo, de concessionárias e também de entidades interessadas em acompanhar a negociação. “Vamos tentar [a renovação]. Se não for possível, espera vencer o contrato e não se prorroga”, foi o que Castro afirmou em uma das vistorias feitas nas rodovias do Paraná. Ele reafirmou que o acordo só sai se o Anel de Integração for duplicado. Dos 1,8 mil quilômetros federais do trecho, 427 são em pista dupla.

Proposta irrecusável

O governo estadual está disposto a prorrogar os contratos de pedágio do Paraná, mas a redução da tarifa teria de ser “expressiva” e todas as rodovias seriam duplicadas. A afirmação é do secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, que participou da reunião com o ministro dos Transportes em Brasília nesta segunda-feira (7). “O governador quer ouvir uma proposta irrecusável para aceitar qualquer prorrogação”, contou. Sciarra não especificou quanto seria um desconto expressivo e disse que o governo estadual vai esperar o resultado dos estudos que estão sendo feitos pelo governo federal.

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Castro acredita que até o final de janeiro entregará o relatório com as possibilidades de prorrogação para três das seis concessionárias do sistema paranaense de pedágio: Econorte, Viapar e Caminhos do Paraná. “Estamos em busca do entendimento, mas há questões a serem superadas”, disse. O secretário confirmou que a audiência foi para tratar no andamento da negociação para protelar a cessão das rodovias federais. Richa estava acompanhado da vice-governadora, Cida Borghetti, do secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, e do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa.

Entenda o caso

Desde maio de 2011, o governo do Paraná negocia, com as seis concessionárias do sistema estadual de pedágio, a revisão dos contratos. As mais de 140 ações judiciais que tramitavam na Justiça foram suspensas para “criar o clima” para a negociação. Até o momento, foram fechados acordos com duas empresas e outros aditivos, incluindo obras e aumentando tarifas, foram feitos. O governo alega que os anos de embate com as empresas, inclusive atrasando reajustes anuais, criou um passivo que forçou a revisão dos contratos. Contudo, os acordos firmados até agora estão longe das pretensões dos dois lados. É que para negociar reduções de tarifas e um programa mais robusto de obras seria preciso aumentar o prazo de concessão – e é aí que a entra a negociação com o governo federal, sem a qual não seria possível tratar de prorrogação de contratos. A perspectiva de aumentar o prazo em que as atuais empresas administrariam os trechos concedidos rachou o G7 (grupo formado por entidades do setor produtivo do Paraná). Enquanto uma ala é radicalmente contra a prorrogação, alegando que seria melhor esperar vencer os contratos e fazer outros mais vantajosos para os usuários, outro grupo defende que é necessário ampliar obras e reduzir tarifas imediatamente.

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