Alternativa
Entre os condomínios nobres de Londrina ainda não ligados à rede coletora da Sanepar está o Royal Tennis Residence & Resort, que adotou um sistema próprio de tratamento, uma espécie de fossa. O local conta com duas áreas que recebem os efluentes de todas as residências. "É como uma rede de esgoto normal. Na caixa de contenção, fica a matéria orgânica, e o líquido é tratado e, depois, enviado a um ribeirão,", explica Manoelito Alberto, gerente do condomínio.
Apesar de 87% da população londrinense contar com rede de esgoto índice considerado "ótimo" pela Organização Mundial da Saúde, que prevê 65% de cobertura mínima , sete bairros de uma parte nobre da zona sul de Londrina ainda não contam com o correto tratamento de detritos e dejetos.
Em meio aos 56 bairros da cidade não inclusos na rede estão sete residenciais de alto padrão. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, somente no Vivendas do Arvoredo, bairro onde está o condomínio Vale do Arvoredo, a renda per capita de 43% das famílias ultrapassa cinco salários mínimos. Por serem posteriores a 2010, os demais bairros sem rede de esgoto não aparecem no Censo.
O gerente geral da Sanepar em Londrina, Carlos Roberto Pinto, explica que a falta de rede de esgoto não tem ligação com a renda dos moradores, e sim com a data de inauguração dos empreendimentos. "Em todas as cidades, o esgoto começa no centro, para depois atingir a periferia. E os condomínios estão fora dessa região mais urbanizada." Com a inauguração da Estação de Tratamento Esperança, no ano passado, todas as residências da bacia, de acordo com o gerente geral da Sanepar, estão aptas a receber tratamento de esgoto.
Ele garante que Londrina tem uma cobertura "ótima", se comparada aos 62% atendidos pelo estado. "Estamos entre as 12 melhores cidades do Brasil", diz.
O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informou que, quando a Sanepar diz que o tratamento de esgoto é inviável em determinada região, há a aprovação de armazenamento do efluente, que deve ser periodicamente transportado para tratamento. Segundo o IAP, o serviço pode ser feito por transporte de autofossas, que dispensa licenciamento, além de transporte de resíduos e reciclagem ou de transportes de resíduos perigosos.
Conforme a Sanepar, apenas um condomínio da zona sul de Londrina conta com tratamento próprio, licenciado pelo IAP. A empresa não tem números sobre os condomínios horizontais da zona sul ligados à rede de esgoto por meio de sistema de recalque próprio, embora afirme que esses casos são a maioria. De acordo com a Sanepar, por lei municipal, todo novo loteamento precisa construir uma rede interna própria, que, posteriormente, será ligada à rede de esgoto.
Para especialista, fossa é solução temporária
Para o professor de saneamento do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Londrina, Fernando Fernandes, as fossas são uma solução apenas quando não há outra melhor. Isso porque, embora a caixa de alvenaria que envolve a fossa séptica retenha aproximadamente 60% da poluição do esgoto e seja seguida pelo sumidouro um poço que permite a infiltração do efluente pré-tratado no solo alguma poluição sempre passa pelo dispositivo. "Quando há um sumidouro muito perto do outro, a contaminação ambiental é inevitável. E existem inconvenientes, como baratas, e a necessidade de chamar caminhões quando o sumidouro não infiltra mais."
Segundo Fernandes, apesar de existirem outras formas de tratamento mais avançadas do que as fossas, nenhuma tem o mesmo custo-benefício da rede de esgoto da Sanepar. "Alguns condomínios foram obrigados a instalar sistemas próprios, como o de raízes, que funciona bem por certo tempo, mas não são uma solução perene."
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