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Manifestação

Rigor contra alunos atrasados motiva protesto no início das aulas no CEP

Uma manifestação que reuniu parte dos 2 mil estudantes do turno da manhã tumultuou o início das aulas, ontem, no Colégio Estadual do Paraná (CEP), o maior do estado com 4.530 alunos. No meio do protesto, uma explosão no pátio – possivelmente resultante de uma bomba junina – assustou estudantes e professores. A manifestação de alunos foi motivada por uma norma que deveria ter sido colocada em prática ontem, pela qual quem chegasse atrasado para a primeira aula e não apresentasse uma justificativa "confirmável" seria impedido de entrar na escola. A regra, por ora, foi suspensa.

A direção da escola resolveu impor a restrição por causa dos abusos cometidos por parte dos alunos. Em apenas um dia, houve o registro de 400 alunos atrasados. "Muitos ficavam perdendo aulas intencionalmente nas proximidades da escola e chegavam atrasados", explica a diretora-geral do CEP, Elza Camargo Rocha. Os funcionários da escola afirmam que cansaram de ouvir a mesma explicação: "o ônibus quebrou". "O bom senso é que deve determinar – bom senso nosso e deles. O ônibus não quebra todos os dias. A idéia é avaliar caso a caso", diz Elza.

Segundo a direção, os alunos já haviam sido informados da nova regra e os pais, em reunião anterior, haviam sido consultados. "Temos que ensinar responsabilidade para nossos alunos", afirma. Os alunos, por sua vez, acusam a direção de autoritarismo. "Tentamos conversar antes, mas não conseguimos, precisou de um movimento assim para sermos ouvidos e o diálogo ser aberto", afirma o presidente do Grêmio Estudantil, Joel Ramalho.

Diante da confusão armada, a direção liberou a entrada dos alunos que haviam chegado atrasados, ontem, e recebeu cerca de 100 representantes de turmas e do Grêmio Estudantil para uma reunião que durou quase duas horas. Ao fim do encontro ficou definida a suspensão da nova regra por um período de tempo ainda não determinado. "Estamos em negociação, tudo vai depender do dia-a-dia. Eu não voltei atrás ou estou com medo, a regra está suspensa neste momento", afirma Elza.

"Nós nos comprometemos com a direção em conscientizar os alunos para que não abusem dos atrasos ou ‘matem’ aula, estamos pensando em fazer palestras", conta Ramalho. De acordo com o presidente do grêmio estudantil, a manifestação é avaliada de forma positiva. "Nós tínhamos nos disposto a fazer o protesto somente se tivéssemos o apoio da maioria dos estudantes e foi o que aconteceu, venceu o grito da maioria", opina. Para ele, o movimento estudantil devia ganhar mais espaço em outras escolas também. "Devia existir movimentos assim em outros colégios", acredita.

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