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Educação

Rigor de provas faz cair notas no Enem

Avô herói | Reprodução Rede Globo
Avô herói (Foto: Reprodução Rede Globo)

A elevação do grau de dificuldade das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das explicações para a queda no desempenho dos alunos. Nos últimos dois anos, as notas caíram em todo o país tanto na parte objetiva quanto na redação. Nessa última edição, na Prova Objetiva, a redução foi de 2,51 pontos, indo de 39,41, em 2005, para 38,07, em 2006. Já na Redação as notas ficaram em média 3,88 pontos menores – passaram de 55,96 para 52,08.

No Paraná, apesar de um avanço na classificação nacional, também houve redução das notas. A média da Prova Objetiva passou de 40,10, em 2005, para 38,07, em 2006, e subiu uma posição no ranking nacional. Já a redação passou de 55,44 para 53,77 e o Paraná subiu de nono para terceiro lugar na comparação com os outros estados (veja no quadro).

De acordo com o professor de Redação e coordenador do programa de televisão Eureka – que há três anos transmite informações a estudantes do ensino médio, Marlus Humberto Geronasso, uma das justificativas para essa redução nas notas é o aumento da dificuldade das provas. "Desde 98 (data em que foi implantada a avaliação) está ocorrendo um aprimoramento do exame e as escolas de um modo geral não estão acompanhando essa evolução", diz. O professor ainda ressalta que o objetivo da avaliação também mudou. "Se no início era para melhorar a qualidade do ensino médio, agora está atrelado ao ingresso na universidade (por meio do Prouni)", afirma.

Já para o diretor do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Jacir Venturi, não dá para afirmar que houve um decréscimo na qualidade do ensino devido. "A análise de qualidade tem de ser feita de uma maneira mais contida. Sabemos que temos no Brasil um ensino ruim. Não há como comparar as notas quando não há homogeneidade das provas. Não dá para fazer a análise de qualidade só pelo Enem", afirma. Venturi cita o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e o Pisa (programa internacional de avaliação comparada que existe em 40 países) como outros caminhos.

A opinião é compartilhada pela superintendente da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Yvelise Arco-Verde. "As provas de 2006 estavam mais difíceis, na opinião de alunos e professores. A nota em si só não pode ser fator para avaliar a qualidade de ensino. O exame tem conceitos e metodologias que diferem de um ano para o outro", diz. A superintendente da Seed ainda ressalta que os resultados do Enem estão sendo divulgados em termos coletivos há apenas dois anos e que o histórico do desempenho dos alunos ainda está sendo moldado.

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