Nova Friburgo - Doze dias após o temporal, ainda estão escondidas na região serrana do Rio pequenas comunidades onde o nível da água não baixou. Em Rio Grande de Cima, na periferia de Nova Friburgo, há pontos em que apenas os telhados das casas estão aparentes e não há previsão de que o terreno volte a ficar seco. Ontem, o número de mortos chegou a 809.
Os deslizamentos de terra e rochas mudaram a geografia de parte dos municípios a tal ponto que não há mais vias de escoamento para a água que se acumulou em vales da região. Em alguns casos, os cursos dos rios foram desviados, e a água começou a correr em locais onde antes moravam famílias. Como reverter esse cenário seria caro e trabalhoso, é provável que essas comunidades fiquem alagadas para sempre.
"Convocamos geólogos para entender o que aconteceu, mas pode ser preciso dar uma nova moradia a essas populações. Se as casas estão submersas, não há o que recuperar, e não podemos errar de novo, ao permitir que essas famílias voltem a viver ali", afirmou o vice-governador e secretário de Obras do Rio, Luiz Fernando Pezão.
O alagamento de comunidades localizadas em vales também pode ter sido causado pelo acúmulo da terra dos deslizamentos no fundo dos rios. O assoreamento teria provocado um aumento do nível da água, o que provocaria inundações constantes nessas áreas.
Apesar de terem resistido às inundações, algumas dessas áreas ainda estão isoladas por deslizamentos que interditaram parte das estradas. Áreas alagadas também foram registradas no município de São José do Vale do Rio Preto, também afetado pela chuva.
Equipes formadas por militares e paramédicos foram as primeiras a fazer contato com moradores das regiões inundadas. Apesar do terreno acidentado e do solo encharcado, helicópteros conseguiram pousar em áreas próximas, levando mantimentos e remédios para a população.
Ontem, o governo fluminense afirmou que construtoras selaram uma parceria com o estado e municípios atingidos pelas chuvas para construir 2 mil casas populares. A data para o início das obras ainda não foi definida, nem a entrega. A maioria das construtoras que selaram parceria é de São Paulo e Minas Gerais e integra o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida.
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