O secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, André Corrêa, não descartou a possibilidade de ocorrer um racionamento de água no estado daqui a seis meses.
Esse prazo é o tempo que duraria o estoque de água do volume morto do reservatório Paraibuna (foto), o principal do sistema que abastece o Rio e que atingiu o volume morto na quarta-feira passada, caso não chovesse significativamente nesse período.
Corrêa afirmou que "do ponto de vista operacional" a utilização do volume morto não muda nada na situação do abastecimento do estado, mas admitiu que o Sudeste vive a pior crise hídrica de sua história. "A minha preocupação é nem fazer terrorismo e nem dizer que está tudo bem", disse.
Segundo Corrêa, dos cerca de 2 trilhões de litros de água do volume morto do Paraibuna, o estado do Rio tem direito a cerca de 425 bilhões de litros. O reservatório Paraibuna fica na território de São Paulo e é compartilhado pelos dois estados.
"Esse volume, se não mudar nada e não chover, dá ainda para seis meses. (...) Não tem nenhum tipo de racionamento. Se tudo der errado, não descarto essa possibilidade [de racionamento] daqui a seis meses", disse.
O secretário não anunciou medidas para reduzir o consumo, mas fez um apelo pessoal para que a população economize água e defendeu a adoção de um sistema como o de São Paulo, de premiação, com uma conta mais cara para quem consome mais.
Ele disse que isso está em discussão entre o governo e a Cedae a companhia de água e esgoto do Rio. A empresa, porém, já trabalha com um sistema de cobrança de tarifa mínima para um determinado consumo e conta mais cara para quem o ultrapassa. "Infelizmente, a parte mais sensível do ser humano é o bolso."
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