O Rio amanheceu com as ruas cobertas de lixo, no quinto dia de greve dos garis, nesta terça-feira (17). Em Ipanema, as vias estão repletas de lixo desde a madrugada. Na Avenida Vieira Souto e nas ruas Visconde de Pirajá e Prudente de Morais, por exemplo, dezenas de latas e sacos de lixo domiciliar se acumulam nas calçadas em frente aos prédios. Segundo porteiros da região, o lixo costumava ser recolhido por volta da meia-noite de segunda- feira mas, com a greve, não há previsão de coleta.
“Não podemos deixar o lixo se acumulando dentro do condomínio. Não sabemos quando os lixeiros vão passar e, por isso, o lixo está desde ontem na rua”, disse o porteiro Evaldo Carvalho.
No bairro da Tijuca, na Zona Norte, a forte chuva que caiu durante a noite agravou ainda mais a situação, deixando os bueiros cheios de lixo. No Méier, o acumulo de lixo também é grande nas calçadas.
A greve, deflagrada na última sexta-feira, foi julgada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A Justiça do Trabalho chegou a determinou uma multa diária de R$ 100 mil ao sindicato da categoria. Os grevistas reivindicam 40% de aumento, mais a reposição da inflação.
Na manhã desta segunda-feira, cerca de 80 garis foram para a sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), na Avenida Churchill, onde participaram de uma reunião para tentar um acordo coletivo. A procuradora Débora Félix apresentou uma proposta de suspensão da greve até esta quarta-feira, quando haverá nova audiência no TRT, às 14h30m. Os funcionários rejeitaram a proposta e decidiram manter o movimento.
Os trabalhadores tinham a expectativa de que haveria um representante da Comlurb, para apresentar uma contraproposta de reajuste salarial. No entanto, a companhia não enviou ninguém. De acordo com a assessoria da Comlurb, nenhuma reunião foi marcada oficialmente. Na sexta-feira, numa audiência, ficou acordado que haveria um encontro nesta segunda-feira caso a greve fosse suspensa.