Ao fazer o balanço de um mês de municipalização dos hospitais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo Grande, o secretário municipal de Coordenação de Governo, Pedro Paulo de Carvalho, anunciou um investimento de R$ 38,6 milhões em obras de reformas e compra de equipamentos. Do lado de fora do Albert Schweitzer, a queixa era do calor. As enfermarias localizadas nos três andares da unidade, que tem um total de dez, não têm ar-condicionado. Têm apenas ventiladores de teto, que não conseguem dar vazão.
Lúcia Helena Silva dos Santos chegou, na manhã desta quinta-feira, carregando um ventilador para a irmã que está internada no décimo andar.
“A minha irmã está reclamando que o ventilador de teto não adianta. Trouxe de casa para ver se ameniza a situação”, disse Lúcia Helena.
O secretário Pedro Paulo disse que, cenas como essa não se repetirão. “O Albert Schweitzer receberá R$ 23 milhões para reformas. Entre as obras, está a climatização de três andares. Queremos acabar com a cena de famílias chegando aqui carregando ventiladores”, disse Pedro Paulo.
Com a municipalização, os servidores que eram lotados na Secretaria estadual de Saúde e trabalhavam no Albert Schweitzer estão sendo realocados em outras unidades do estado. Ao todo, segundo a Secretaria municipal de Saúde, eram cerca de 400. A substituição foi feita por profissionais — médicos, enfermeiras — contratados pela organização social Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, que administra emergencialmente os dois hospitais.
A mudança provou outro problema. Um dos médicos que saíram do hospital de Realengo foi um ortopedista que tinha vários pacientes com consultas agendadas para esta quinta-feira. Todos foram remarcados para o início de março. O eletricista Jovenil Alves da Silva, de 51 anos, sofreu um acidente há quatro meses e teve quatro fraturas.
“Ainda não posso apoiar o pé no chão. Eu ia tirar uma radiografia para o médico avaliar. Agora, a consulta com a nova médica ficou para o dia 14 de março. Não sinto mais dor, mas tenho medo de apoiar o peso do corpo no pé operado e causar um problema ainda maior, porque o médico disse que eu só poderia fazer com autorização”, lamentou Jovenil da Silva.
Enquanto o secretário municipal de Coordenação de Governo, Pedro Paulo, fazia um balanço das melhorias feitas em um mês de municipalização de dois hospitais, do lado de fora do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, reclamavam pacientes e acompanhantes.
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