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A contenção do processo de favelização no Rio de Janeiro é uma das exigências da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para conceder cidade o título de patrimônio da humanidade na categoria paisagem cultural.

O dossiê sobre a candidatura do Rio, que ganhou neste sábado (8) apoio de diversas entidades da sociedade civil, ainda não começou a ser elaborado, mas o comitê de gestão responsável pelo processo constituído por representantes dos governos federal, estadual e municipal já está preocupado em desenvolver ações para conter o crescimento desordenado das favelas, principalmente em área de preservação ambiental.

O assunto, conforme explicou o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro, Carlos Fernando Andrade, será tratado em reunião do grupo na próxima quarta-feira (12).

Para o governador do estado, Sérgio Cabral, que participou da cerimônia de apoio candidatura do Rio, as três esferas de governo passam a ter um papel importante para mudar o curso dessa história de ocupação desordenada.

Tenho certeza que esse é um processo que está estancado no Rio de Janeiro, disse Cabral, ao anunciar que em 2009 a Secretaria de Obras do estado terá R$ 2,4 bilhões para investir nas favelas O dinheiro será destinado construção de escolas, hospitais, ruas, avenidas e a obras de saneamento básico.

O prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, também presente ao evento, no Forte de Copacabana, afirmou que não vai permitir a ocupação de áreas de preservação, como as florestas urbanas dos maciços da Tijuca e da Pedra Branca.

É inaceitável que as pessoas continuem ocupando e desmatando, então vamos ser muito rigorosos na preservação desses dois maciços. Agora, em relação ao que já existe, não vamos poder tirar tudo porque já faz parte da paisagem do Rio de Janeiro, mas teremos que conter o crescimento e impedir a expansão das favelas, acrescentou Paes.

De acordo com o representante da Unesco no Brasil, Vincent de Fourny, o dossiê seráa preparado por um grupo constituído por técnicos dos governos federal, estadual e municipal, com a assessoria de especialistas contratados. Depois, será encaminhado pelo governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, ao Centro do Patrimônio Mundial da organização, em Paris. O resultado só será conhecido em 2010.

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