O chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Allan Turnowski, há uma semana no cargo, informou que vai criar um núcleo na corporação para trabalhar com todos os inquéritos que se referem aos crimes cometidos por grupos de milícia. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (27) durante reunião da cúpula da Secretaria de Segurança com o procurador-geral de Justiça do Estado, Cláudio Lopes, e promotores de Justiça do Núcleo de Combate ao Crime Organizado e às Atividades Ilícitas do Ministério Público (MP).
"A ideia é juntar todos os procedimentos num único lugar, reunir todas as investigações de crimes cometidos por milicianos. Apesar de já existir uma delegacia especializada no combate ao crime organizado (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas - Draco), há grupos de milícias em vários bairros e procedimentos em delegacias de vários bairros. O que queremos é reunir todos esses casos para analisar se têm ligação entre um crime e outro", afirmou Turnowski.
O grupo da Polícia Civil será semelhante ao criado há cerca de dois meses no MP. Atualmente, na força tarefa do órgão há seis promotores coordenados por uma procuradora de Justiça que têm a atribuição de organizar um combate mais eficaz a esse tipo de crime. "Esse grupo vai trabalhar agora entrosado com a Polícia Civil", disse. "Se os criminosos fazem as associações mais escusas, porque nós como estado não podemos nos reunir para combatê-los", questiona o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
Beltrame defendeu que se discuta a federalização do crime de milícia, como foi proposto no mês passado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. "Deve ser discutido para que não seja mais uma proposta no vazio, mais uma proposta tirada da cartola. Não adianta só federalizar, mas saber quem vai combater, como será combatido, se será crime comum, se não vai ser. Temos que saber se vai ser combatido com as estruturas dos Estados ou se União vai entrar com alguma coisa. Acho que se houver ajustes, a ideia é bem-vinda", afirmou.