Uma operação de varredura começou ontem para limpar dos rios Iraí e Palmital, nos municípios de Pinhais e Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. O trabalho começou depois que centenas de famílias que moram nas margens dos rios viram suas casas serem invadidas pela água no último fim de semana.
As primeiras máquinas retroescavadeiras estão trabalhando no encontro dos rios Palmital e Iraí, exatamente na divisa dos municípios de Pinhais e Piraquara. O trabalho está sendo coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), em parceria com a Defesa Civil do estado e com as prefeituras dos municípios. Em um segundo momento, a ação poderá ser levada ao Rio Atuba, mas ainda não há um prazo definido para isso.
De acordo com o secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jorge Augusto Callado Afonso, cerca de 8 quilômetros de ambos os rios serão dragados e desassoreados emergencialmente, para ampliar suas calhas e garantir o escoamento e o fluxo das águas durante o período de cheias.
A primeira fase do trabalho deverá levar entre 60 e 180 dias, dependendo do clima. Segundo o chefe da Divisão da Coordenação Estadual da Defesa Civil, major Osni Bortolini, o objetivo nesta primeira fase dos trabalhos é minimizar os efeitos das próximas chuvas fortes. Paralelamente será feito um trabalho de conscientização, para que os moradores ajudem na preservação dos rios. "Encontramos até uma bicicleta dentro do rio. Precisa haver um cuidado dos moradores", afirmou.
Os entulhos retirados ficarão sob responsabilidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), órgão ligado à Sema. Parte dos resíduos poderá ser reaproveitada. O que não tiver utilidade será descartado e enviado para aterros sanitários.
Problemas
Para quem vive nas proximidades do Rio Iraí, a ação do poder público poderia ter começado antes. "É claro que ajuda, mas o pessoal passou um aperto aqui no fim de semana. Poderiam ter evitado isso", diz André Marques do Amaral, 28 anos, morador do Jardim Paraíso, do lado de Piraquara. No sábado, com a alta do rio, a água chegou a entrar nas casas, assustando os moradores. Segundo ele, outros problemas atingem a comunidade. Com as fortes chuvas, a tubulação de esgoto não resiste. "Volta tudo e alaga as ruas e casas. O cheiro é horrível e ficamos sujeitos a várias doenças."
Em Piraquara, segundo a prefeitura, foram identificadas 450 casas e 1,2 mil pessoas atingidas pelas cheias no Jardim Tropical. Em Pinhais, 2,3 mil pessoas foram desalojadas por causa dos alagamentos, a maioria no Jardim Vila Antonieta.