O uso racional do espaço urbano nos anos 90 fez Curitiba ser reconhecida como exemplo na organização do transporte coletivo. Vantagens como pistas exclusivas para ônibus e um sistema planejado, deram aos passageiros mais rapidez e segurança para chegar ao trabalho ou voltar pra casa. Tais benefícios serviram como uma propaganda positiva para os turistas. No entanto, com o crescimento contínuo da população, problemas ambientais começaram a surgir.
"Curitiba está ranqueada entre as 100 cidades verdes do mundo e a única brasileira", afirma Guarany Osório, coordenador clima do Greenpeace.
No que dizia respeito a coleta e destinação do lixo, o futuro também chegou mais cedo para os curitibanos. Há mais de 20 anos os resíduos são separados pelos moradores, ainda dentro de casa. Os catadores, organizados em associações, se transformaram em uma espécie de "agentes ambientais".
Mas isto não veio de um dia para o outro. A população da cidade foi educada para isso. "Um aspecto tão interessante quanto este programa, é onde ele foi implantado: na educação infantil. Então, há 20 anos, Curitiba gostaria que pessoas que tivessem 40 anos até então, começassem a reciclar. Mas era mais importante que as pessoas que tivessem quatro ou sete anos na época, começassem a tomar consciência disso, para que quando eles tivessem 25, 28 anos, elas fossem jovens conscientes do problema ambiental.", explica Fabio Duarte Professor de gestão urbana.
Os parques também ajudaram a dar a Curitiba o título de cidade ecológica, não apenas pelo tamanho ou pela quantidade de arvores em relação ao número de habitantes. Isto ocorreu principlamnete em função de que tais áreas eram degradadas e, com o tempo, foram recuperadas para o turismo.
O Parque Tanguá, por exemplo, já foi uma pedreira que depois de desativada ganhou uma nova vegetação e estrutura para receber os visitantes. Já o maior símbolo da preocupação com o verde é o Jardim Botânico: o espaço, antes abandonado, deu lugar a uma imensa coleção de plantas e ganhou uma cara de cartão postal. Além disso, os parques são interligados por uma rede de ciclovias.
Mas os avanços nas últimas duas décadas esbarram no dilema do crescimento. A cidade não soube cuidar com a mesma eficiência da água. Segundo o IBGE, o Rio Iguaçu, que nasce na região de Curitiba e atravessa o Estado até formar as Cataratas na fronteira com a Argentina, é o segundo rio mais poluído do Brasil. O Iguaçu perde apenas para o Tietê, em São Paulo. Resolver o problema parece não ser fácil: faltam iniciativas e sobra burocracia.
No entanto, muitas das soluções ficaram no passado. A população aumentou, e o transporte público não se adaptou na mesma velocidade. No que diz respeito ao aumento de emissão de poluentes, Curitiba está com índices cada vez mais preocupantes.
A dúvida agora é descobrir o que Curitiba vai oferecer aos novos habitantes que estão chegando, e o que eles vão fazer pela cidade.