Uma pisada em falso ao sair de uma cama elástica montada na festa de aniversário de uma amiga fez com que a menina Mariana Pereira, hoje com 12 anos, perdesse um dos eventos dos quais mais gostava de participar, a apresentação de fim de ano do Balé Teatro Guaíra. Ela quebrou o pé e ficou impedida de ensaiar. "Ela foi sair, mas uma amiguinha continuou pulando, então ela se desequilibrou e caiu em cima do pé", lembra a mãe de Mariana, Mary Ângela Pereira. "Só no dia seguinte que percebemos que ela tinha realmente quebrado o pé e a levamos ao médico."
O acidente de Mariana aconteceu há quatro anos, mas crianças que brincam em pula-pulas, escorregadores infláveis e camas elásticas estão constantemente expostas a riscos. Segundo o ortopedista Edilson Forlin, do Hospital Pequeno Príncipe, o número de casos de acidentes em brinquedos infantis aumentou significativamente nos últimos dois ou três anos, fazendo com que esses atendimentos se tornassem corriqueiros nos plantões de fim de semana. "Com a popularização desses brinquedos, temos notado que o número de casos tem aumentado, principalmente em crianças que utilizaram a cama elástica. Nesse brinquedo a criança ganha bastante velocidade. Por não conseguir parar tão facilmente, a queda acaba produzindo lesões piores", explica.
O ortopedista Sérgio Maciel Molteni, da Clínica de Fraturas XV, concorda. "Como esse brinquedo exige que a criança tenha uma coordenação muito firme, o risco de torção dos membros inferiores acaba sendo grande", afirma. Segundo ele, os ferimentos variam de torções leves a fraturas mais graves, dependendo da idade da criança e do tipo do acidente; Também há possibilidade de lesões nos membros superiores, que normalmente servem como apoio durante a queda.
Mas não são apenas os membros superiores e inferiores que são colocados em risco. "Quando várias crianças estão brincando juntas, pulando nesses brinquedos, existe a possibilidade de que uma bata na outra sem querer, podendo haver luxação ou perda de parte dos dentes", ressalta odontopediatra Daniel Gheur Tocoline. Segundo ele, a luxação pode trazer vários outros problemas, principalmente para as crianças que ainda estão com os dentes de leite. "Com a batida, o dente acaba indo para trás e comprometendo os dentes permanentes que ainda estão para nascer."
Cuidados
A causa de tantos acidentes pode ser a falta de supervisão durante as brincadeiras. Mas, mesmo quando os pais estão por perto, um simples momento de distração pode ser perigoso. "As crianças precisam dessas atividades para se desenvolver, mas não adianta pensar que elas têm responsabilidade suficiente para se prevenir de acidentes sozinhas", afirma a coordenadora regional da organização não-governamental Criança Segura no Paraná, Alessandra Françoia. "Avisar que existe a possibilidades de se machucarem não resolve o problema. Os pais têm de estar atentos o tempo inteiro para qualquer situação de risco."
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora