Risco de deslizamento obriga 120 a saírem de casa

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Outra região de Antonina, no litoral paranaense, teve de ser desocupada na noite de segunda-feira por causa de riscos de novos deslizamentos. Cerca de 120 pessoas, de acordo com o comando do Cor­po de Bombeiros local, tiveram de deixar suas casas no bairro Caixa d’Água (entre a Alameda Guarapirocaba e a Rua São Pedro) enquanto uma forte chuva caía na cidade. Ao todo, 45 pessoas foram abrigadas na Escola Municipal João Paulino – o restante seguiu para a casa de parentes.

A decisão foi tomada após inspeção de técnicos do serviço geológico do Paraná (Mineropar) no local. De acordo com o geólogo e diretor técnico do serviço, Rogério da Silva Felipe, o órgão fazia uma inspeção com a Com­panhia de Habitação do Para­ná (Cohapar) quando os técnicos repararam que a costa estava muito íngreme. Fendas no morro do Caixa d’Água foram detectadas após um sobrevoo no local. "Isso significa que já houve rompimentos no solo, o que o deixa mais suscetível a deslizamentos", explica Felipe.

Segundo o geólogo, chuvas fortes podem fazer com que o solo escorregue e atinja as residências evacuadas, por isso, ainda não há previsão se os moradores poderão voltar ao local ou se a área terá de ser deixada permanentemente. A constatação de risco de desmoronamentos e a evacuação de áreas também foram feitas no começo deste mês, pouco antes de centenas de deslizamentos começarem a assolar a região.

De acordo com o coordenador do comando do Corpo de Bombeiros de Antonina, Everton Soares de Oliveira, as decisões têm sido tomadas com base nas análises da Mineropar. "Iremos acionar planos de evacuação de emergência sempre que necessário e não será possível retornar [ao local] enquanto os geógrafos não emitirem um novo laudo." A prefeitura de An­­tonina informou que policiais estão monitorando o bairro e cercando as ruas evacuadas para evitar saques em residências.

Aulas

Com a evacuação, os 150 alunos da Escola Municipal João Paulino também estão sem aulas. No total, 600 estudantes estão com as atividades suspensas, já que a Escola Municipal Gil Feres também serve como abrigo para moradores. As aulas em toda a rede municipal de Antonina foram retomadas na segunda-feira, depois de ficarem suspensas por 15 dias.

Segundo a secretária mu­­nicipal de Educação, Rosane Souza Santos, um calendário de reposição de aulas aos sábados será implantado a partir desta semana e, caso os moradores permaneçam na João Paulino, os alunos serão encaminhados para outras escolas com salas ociosas. "Não queremos estender o problema para mais uma escola. Emergencial­­mente, essa é a atitude mais viável".

Volta

Os cerca de 100 moradores dos bairros Portinho e Graciosa 1, que tiveram de deixar as casa no dia 14 de março por causa de ameaças de deslizamentos, puderam retornar a suas casas na sexta-feira passada. A decisão foi tomada após reunião entre a prefeitura, Mineropar, e Defesa Civil Estadual.