Lideranças de 40 cidades do Oeste do Paraná se reúnem, hoje, em Cascavel, para discutir as diretrizes que deverão nortear o projeto de desenvolvimento do estado nos próximos dez anos. O agronegócio deverá ser o tema central, abordado, direta ou indiretamente, por grande dos participantes dessa etapa regional do Fórum Futuro 10 Paraná.
A agricultura, pecuária e avicultura trouxeram prosperidade para a região. O Oeste é responsável por 28% do total da soja produzida no Paraná e por 39,21% dos frangos abatidos. O município de Toledo é um dos maiores produtores de suíno do país, com um plantel de 250 mil animais. A criação de gado também é significativa.
A riqueza proveniente do agronegócio, porém, tem lados positivo e negativo. A maior parte da produção da região é de commodities ou de produtos voltados para a exportação. A dependência dos valores do mercado internacional e da cotação do dólar traz insegurança para os produtores.
A queda do preço da soja no mercado internacional, combinada com uma valorização do real perante o dólar, agravou ainda mais os prejuízos causados pela estiagem que comprometeu a última safra. Os agricultores e o governo estão procurando alternativas para diversificar a produção e aumentar o valor agregado dos produtos. O objetivo é reduzir o impacto de variações de fatores externos e reduzir a dependência da monocultura.
"Das grandes crises surgem as grandes idéias", afirma o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Nélson Emílio Menegatti. Para proteger a renda dos agricultores, Menegatti defende a efetiva implantação do seguro safra, que garante o rendimento mínimo para o produtor. "Temos que ter a garantia do rendimento para poder investir com mais segurança em tecnologia", diz.
Monocultura
Os agricultores do Oeste estão estudando diminuir a área de soja, trigo e milho e começar a substituir os grãos por culturas alternativas. Uma das opções é a mamona, que deve se valorizar com a utilização, em grande escala, do biodiesel. Outro produto com potencial de desenvolvimento na região é o sorgo, planta originária da Índia, que serve para fazer pão e alimentos para as aves e gado.
Garantia de melhores condições financeiras é a reivindicação dos avicultores. O Paraná é o maior produtor brasileiro de aves de corte, respondendo por 20,7% da produção nacional. "Precisamos da abertura de linhas de crédito para adequar a tecnologia doa aviários", diz o presidente da Associação dos Avicultores do Paraná (Avipar), Alfredo Kaefer. Com a desenvolvimento de aves com maturação mais rápida, elas ficaram muito mais sensíveis à variação de temperatura e umidade, o que requer investimentos em equipamentos.
As empresas estão investindo no desenvolvimento de novas técnicas para agregar valor ao frango. Uma das alternativas é exportar produtos semiprontos. Uma das possibilidades é fazer um pré-cozimento ou pré-fritura das aves. Outra técnica que está em estudo é uma espécie de pasteurização do frango, algo similar com o que é empregado em laticínios.
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