Para não perder um ano de estudos somente no cursinho e tentar passar direto em um vestibular, alunos de escolas públicas tomam uma decisão complicada no início do terceiro ano: investir nas aulas regulares e, ao mesmo tempo, no cursinho pré-vestibular. A decisão, no entanto, causa divergência entre aqueles que optaram por dedicar quase 12 horas diárias ao estudo.
A estudante Fernanda Groth, 17 anos, tentou uma vaga para Biologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ao final de um ano tentando conciliar as aulas no Colégio Estadual e o cursinho no Dom Bosco, a jovem afirma que valeu a pena. "É bastante corrido, mas muitas coisas que aprendi no cursinho valeram para a aula no colégio", disse. O importante, alerta Fernanda, é equilibrar as responsabilidades. "Sabemos que o terceiro ano é mais importante, por isso, quando tinha prova no colégio, às vezes faltei o cursinho para estudar em casa", conta.
Colega de Fernanda no Colégio Estadual, Débora Pereira Sguissard, 17 anos, não aconselharia os amigos a fazer os dois ao mesmo tempo. "É muito cansativo e estressante. Meu irmão vai fazer terceiro ano em 2007 e já o desaconselhei a fazer", afirma a estudante, que está tentando uma vaga para o curso de Medicina.
Luana Horchuliki, 17 anos, estudou desde a infância em escolas pública. Hoje, passa mais de 12 horas em uma sala de aula. De manhã, faz o terceiro ano regular em um colégio público. À tarde, é bolsista de um dos cursinhos mais bem conceituados da cidade. Ao chegar em casa, à noite, ainda dá uma lida na matéria vista no dia. O esforço garantiu a ela a terceira colocação no vestibular de Psicologia da Faculdade Evangélica e uma vaga no Unicenp. "O ensino público é bom, mas não dá toda a base. No cursinho a gente relembra e recebe o conteúdo de uma outra forma. E os professores dão mais atenção porque conhecem a nossa rotina", conta. (TB)