Greve termina após quatro dias
O acordo costurado no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná foi consumado ontem, com o depósito dos adiantamentos salariais dos trabalhadores que estavam atrasados desde o dia 20. O pagamento foi possível após o governo estadual depositar 33% dos R$ 16 milhões que deve ao transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana.
O retorno dos 100% da frota foi confirmado às 19 horas de ontem. Entre segunda e terça-feira, os ônibus ficaram totalmente parados, mesmo havendo uma liminar do TRT-PR que determinava a circulação de, no mínimo, 50% da frota. Na terça, o desembargador Luiz Eduardo Gunther fechou o acordo para o pagamento e determinou que 80% da frota circulasse até a confirmação dos depósitos. Hoje, 100% da frota deve estar de volta às ruas.
Isso não quer dizer que o problema está resolvido. A data-base da categoria é 1.º de fevereiro e, no próximo dia 5, já há uma audiência agendada para que as partes negociem o aumento salarial. A discussão deve ser pressionada pelo novo valor da tarifa que o prefeito Gustavo Fruet prometeu anunciar hoje e que não considera ainda o reajuste dos trabalhadores. Um pedido de aumento real de motoristas e cobradores levaria a um a novo reajuste de tarifa.
Outra opinião
Prefeito de São José dos Pinhais defende tarifa desintegrada
Assim como os prefeitos de Pinhais e Contenda, Luiz Carlos Setim (DEM), prefeito de São José dos Pinhais, também é contra a participação financeira dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) no subsídio. Mas, diferentemente dos colegas, ele também é contra a manutenção do subsídio do estado.
"A integração deveria ser mantida, mas as planilhas devem ser revistas. Para isso, a pesquisa origem-destino pode dar uma noção de quem deve pagar mais e quem deve pagar menos. As tarifas precisam ser compatíveis com as distâncias da cada município", defende.
O prefeito da cidade metropolitana disse que o subsídio deveria ser uma medida temporária até que as tarifas fossem reajustadas. "Não é possível aumentar uma tarifa em R$ 0,60 do dia para noite. Por isso, precisa ser planejado. Mas os municípios não podem arcar com subsídio porque eles já estão sufocados e vêm sofrendo perdas de arrecadação".
Parte dos prefeitos da região metropolitana de Curitiba não está disposta a assumir o subsídio para a manutenção da Rede Integrada de Transportes. No ano passado, o governo do estado desembolsou mais de R$ 60 milhões em subsídios. Esse custo é o pivô da crise que se instaurou no transporte público da região. Até ontem, o sistema ainda estava em greve parcial.
A Gazeta do Povo ouviu os nomes envolvidos na sucessão da presidência da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec). Prefeito de Pinhais e presidente da associação até ontem, Luiz Goulart Alves (PT) vê o subsídio como necessário e diz que esse aporte é uma responsabilidade do governo do estado. "Legalmente, o município não pode aportar recursos em linhas intermunicipais. Essa é uma responsabilidade do governo do estado. Mas esses recursos precisam ser efetivados, porque cada ano as duas partes [Urbs e Comec] colocam o seu preço e a situação fica desse jeito", defende Luizão, como é conhecido.
A responsabilidade do governador Beto Richa na questão, inclusive, não para por aí, segundo o prefeito de Pinhais. "Temos 180 linhas funcionando precariamente. Houve falta de vontade política para que as linhas metropolitanas fossem licitadas".
A licitação realizada pelo então prefeito de Curitiba Beto Richa englobou três lotes do transporte coletivo, mas deixou para trás o chamado lote 4 que é composto justamente pelas linhas metropolitanas. A Comec pretende iniciar essa licitação ainda neste ano. Para tanto, já realizou pesquisa origem-destino que mapeou os deslocamentos desses usuários.
O sucessor de Luizão na Assomec será Carlos Eugênio Stabach (PMDB), o Carlão, prefeito de Contenda. Ele também rechaça a ideia de aportar recursos municipais para subsidiar a tarifa única metropolitana. "Contenda não pode arcar com R$ 100, 200, 300 mil sem ter orçamento para isso. Se houver isso no orçamento e um recurso disponível, aí sim. Caso contrário, precisamos ir na fonte do problema", defendeu.
A fonte do problema, para o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, reside em uma licitação realizada há pouco mais de quatro anos e que não resolveu problemas do sistema; na falta da licitação das linhas metropolitanas; e na tentativa de manter a tarifa do usuário menor do que aquela repassada às empresas. Entre 2004 e 2007, por exemplo, a tarifa do usuário não subiu. Nesse período, Curitiba teve Cássio Taniguchi e Beto Richa como prefeitos. Já em 2013, sob a gestão Gustavo Fruet, um aumento de R$ 0,25 foi reduzido para R$ 0,10 em função dos protestos populares que tomaram as ruas de Curitiba e do país.
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