Revisão
Modelo de gestão da rede integrada pode ser revisto, diz Urbs
A renovação do convênio entre Urbs e Comec, que vence em dezembro, pode ser o momento para rever o modelo de gestão da Rede Integrada de Transporte (RIT). Uma das possibilidades a ser avaliada é a de que cada parte município e governo do estado faça o pagamento diretamente de suas contratadas. Dessa forma, a Urbs arcaria com as despesas do transporte urbano, que foi licitado pela prefeitura, e a Comec pagaria as empresas que prestam o serviço da rede metropolitana, que funciona com contratos precários, já que não houve licitação.
A informação é da própria Urbs, que foi procurada para comentar os resultados da pesquisa de origem e destino realizada pelo governo do estado. Em nota, o órgão informou que não se manifestará sobre o estudo, porque não teve acesso à metodologia e ao resultado da pesquisa. No entanto, o órgão afirmou receber com estranheza as informações porque não foi consultado pela Comec sobre a quantidade de passageiros pagantes, um elemento primordial para o cálculo da remuneração das empresas. Segundo o órgão do governo estadual, a pesquisa foi realizada de forma embarcada, apenas com passageiros que pagaram a tarifa.
A participação do passageiro metropolitano na Rede Integrada de Transporte (RIT) pode ser maior do que a estimada atualmente, de acordo com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). O órgão encomendou uma pesquisa de origem e destino, feita entre março e outubro deste ano, e concluiu que a participação da Região Metropolitana de Curitiba no sistema integrado é de 31,2%, maior do que o considerado atualmente, que é de 21,7%. A Comec, no entanto, não disponibilizou a íntegra da pesquisa, que será apresentada apenas em âmbito técnico.
De acordo com o diretor de transportes da Comec, André Fialho, como os dados da pesquisa possuem um caráter muito técnico, ela não será apresentada para o público em geral. O estudo vai subsidiar as negociações com a Urbs para a renovação do convênio de integração, que vence em dezembro, e também para prefeitos dos 13 municípios que fazem parte da RIT. Outra possibilidade é usar o documento como base para promover novas integrações, com outras cidades.
O estudo foi feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), e contou com 128.655 entrevistas de usuários, classificados em três tipos. Um é o urbano, que só se desloca dentro de Curitiba. Outro tipo é aquele que só faz viagens dentro das cidades da região metropolitana.
Por fim, há o passageiro metropolitano integrado, aquele que cruza os limites das cidades. "Fizemos a classificação da viagem. Não importa onde esse passageiro mora, o deslocamento é de caráter metropolitano", explica Fialho.
Com base nos dados apurados e aos quais a Gazeta do Povo não teve acesso a Comec afirma que é possível rever a tarifa técnica e o valor do subsídio mensal pago pelo governo do estado. Atualmente, a tarifa técnica da RIT é de R$ 3,18, enquanto a metropolitana que tem deslocamentos maiores é de R$ 4,07. O órgão estimou que essa tarifa metropolitana poderia cair para R$ 2,85, mas não detalhou o cálculo, apenas disse que considerou o maior número de passageiros.
Para o órgão, esse aumento de usuários também poderia representar uma redução de subsídio, que não foi estimada. "O custo de transporte é o número de passageiros dividido pelo custo por quilômetro. Se eu tenho mais passageiro, eu tenho menos custo e o subsídio diminuiu", conclui.
Segundo Fialho, a pesquisa ainda será detalhada. A intenção da Comec com os desdobramentos da pesquisa é verificar os polos de origem e destino de passageiros, bem como verificar se existe necessidade de estabelecer linhas diretas de ligação entre municípios da RMC, para que não seja necessário ir até Curitiba para realizar essa integração.
A pesquisa ainda servirá de base para a Comec lançar a licitação das linhas de ônibus metropolitanas integradas e não integradas. A previsão do órgão é publicar o edital de concorrência no primeiro trimestre de 2015.
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