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Segurança

“Robocop” reforça ação da PM em protestos

Governo desembolsou R$ 31 milhões com as armaduras | Divulgação
Governo desembolsou R$ 31 milhões com as armaduras (Foto: Divulgação)

Durante um treinamento em Brasília, uma barra de ferro foi lançada contra o peito de um policial militar. Fora o impacto, ele nada sofreu. A nulidade de traumas e lesões se justifica pela verdadeira armadura utilizada pelo oficial: um macacão produzido com um resistente material plástico que cobre desde o topo da cabeça até o dedão do pé. Criado para conter possíveis protestos violentos, o equipamento está sendo distribuído às 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Batizado tecnicamente de exoesqueleto, o material já ganhou um apelido pelos policiais — ao menos no eixo Rio-São Paulo: Robocop.

Serão distribuídos pelo governo federal, por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça, 3,7 mil kits, aos 12 estados sedes da Copa. O Rio Grande do Sul deve receber 300. O Paraná receberá 200 armaduras até o próximo dia 30.

O uso do material deverá ficar restrito a policiais lotados em unidades especiais, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Paraná. Veículos da imprensa internacional rotularam o equipamento de "intimidante" e até mesmo "aterrorizante". Porém, policiais classificam o item como uma proteção adequada aos agentes, que durante as manifestações do ano passado enfrentaram confrontos utilizando apenas caneleiras, colete à prova de balas e capacete.

"Quando recebermos esse material, iremos avaliar a melhor maneira de empregá-los em situações de distúrbios. Será a primeira vez que a PM terá esses equipamentos, resistentes e apropriados para a proteção do policial militar em alguma situação de confronto e desordem", disse o subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE) do RS, major Alexandre Pinheiro.

Além das cidades-sede, Aracaju, Maceió e Vitória (que serão centros de treinamento) receberão o material. O kit completo — pelo qual a Sesge teve de desembolsar, ao todo, R$ 31 milhões — é composto por capacete balístico, máscara antigás, balaclava, luvas táticas e o traje integrado do exoesqueleto (com joelheira, caneleira, colete, ombreiras e proteção para os braços). Na mesma licitação, o governo ainda adquiriu escudos balísticos e extintores portáteis em mochilas.

Apelido

Após a comparação estabelecida entre a máscara de gás que será usada pelas polícias durante a Copa e o personagem de Star Wars Darth Vader, a polícia evita alcunhar o novo equipamento. Porém, as semelhanças do material com o ciborgue de Detroit já fizeram que até mesmo as empresas fabricantes apelidassem o exoesqueleto de Rocobop.

"Tentamos não vincular esse tipo de coisa. Não queremos desumanizar a polícia, já que por trás desses equipamentos está um homem. Essa glamourização do equipamento é coisa mais de leigos, e da qual procuramos nos afastar", explicou o major Cláudio Seoli, especialista em controle de distúrbios e responsável pelos treinamentos para a Copa da PM gaúcha.

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