A queda de uma rocha e o aparecimento de uma cratera, ambos como reflexo da chuva, fizeram com que duas rodovias do Paraná fossem interditadas ontem. Na Estrada da Ribeira (BR-476), quilômetro 47, uma pedra de 13 toneladas rolou da ribanceira e caiu na rodovia, bloqueando por sete horas os dois sentidos da pista. Somente no meio da tarde de ontem, a pedra começou a ser removida, desobstruindo um lado da pista.
"A pedra que caiu é do tamanho de um caminhão, por sorte não tinha ninguém passando na hora", disse o engenheiro supervisor do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Ronado Jares. Segundo ele, no mesmo trecho há outra pedra que está prestes a cair. "Estamos tentando fazer uma obra de emergência, pois se chover novamente ela vai cair", diz.
Erosão
Em Cianorte, no Noroeste do Paraná, o asfalto cedeu num trecho da PR-323 (principal ligação entre o Paraná e Mato Grosso do Sul, quando o destino é o Porto de Paranaguá), formando uma cratera na pista. Izaías Inácio Neves, 42 anos, que voltava para casa após mais um dia de trabalho, tentou atravessar o trecho alagado com seu carro e caiu no buraco, durante a madrugada. Internado na Santa Casa de Misericórdia de Cianorte, ele relatou que deve ter ficado desacordado por cerca de duas horas. A última lembrança é de estar preocupado com uma carreta que estava próxima ao trevo. Quando recobrou a memória estava agarrado a um galho de árvore com água acima da cintura. "Depois que acordei e percebi a gravidade, pois sangrava muito, levei mais uma hora para conseguir sair da correnteza, escalar o barranco e encontrar as pessoas que me socorreram", explicou. O Fusca que dirigia ficou destruído.
No trecho onde o asfalto cedeu, o Rio Coruja é canalizado. A água cobriu a pista porque a vazão dos tubos de escoamento foi menor que a intensidade da chuva. Técnicos do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná avaliaram que houve uma precipitação de 130 milímetros, em 15 minutos. Osmar Lopes Ferreira, superintendente do DER, informou que será preciso de cinco a seis meses para recuperar o local, por causa da dimensão do estrago. A cratera aberta tem cerca de 80 metros de extensão, dez de largura e cinco de profundidade. Ontem a equipe de profissionais do órgão estava dedicada a restabelecer o tráfego no trecho. Por causa do estrago, o trânsito era feito em uma das pistas.