Quando o Guns N' Roses descer do Palco Mundo nas primeiras horas de amanhã, os DJs silenciarem, e o público deixar, enfim, a Cidade do Rock, o Rio terá encerrado seu primeiro grande teste como sede de um evento internacional de massa desde que foi escolhido para abrigar os Jogos Olímpicos de 2016. Além da festa com 700 mil pessoas e 170 atrações, numa maratona de 98 horas de música, o festival deixa, segundo a Riotur, quase R$ 800 milhões em arrecadação nos cofres da cidade e vários exemplos a seguir, além de lições a aprender.
Entre os shows, destacaram-se nomes como Joss Stone, Metallica, Stevie Wonder, Janelle Monáe, Sepultura e Shakira. Entre o público, as diferentes tribos convivendo em harmonia, fosse diante dos palcos, fosse brincando na roda-gigante ou se refrescando nos chafarizes da Cidade do Rock. De crianças a metaleiros de cabelos brancos. Num mês morno, em que a taxa de ocupação dos hotéis costuma variar entre 60% e 70%, nos dias de show ela chegou a 100%, segundo o Rio Convention & Visitors Bureau. Afinal, o festival trouxe à cidade 315 mil turistas, 20% deles do exterior, principalmente do Mercosul. Está aí o primeiro gargalo da cidade.
"Nosso aeroporto internacional está perdido no tempo, com uma defasagem de 60 anos para outros terminais no resto do mundo", reconhece o superintendente geral do Rio Convention & Visitors Bureau, Paulo Senise.
Entre os problemas principais do festival, houve engarrafamentos, falhas no sistema de ônibus e furtos, muitos furtos, dentro e nos arredores da Cidade do Rock. No primeiro fim de semana do evento, quando 300 mil pessoas estiveram por lá, foram 417 casos. Com a segurança reforçada em 30%, os números caíram bastante. Ainda assim, anteontem e na última quinta-feira, houve mais de cem casos. Números bem superiores, por exemplo, aos 33 furtos registrados no show que os Rolling Stones fizeram para 1,2 milhão de pessoas na Praia de Copacabana, em 2006. O esquema de transportes organizado pela Fetranspor ainda demonstrou fragilidade nos primeiros dias, quando ônibus especiais e circulares ficaram superlotados e tiveram atrasos. Pilhas de lixo no chão e filas quilométricas nas lanchonetes da Cidade do Rock também causaram má impressão em quem passou por lá no fim de semana passado. Mas os organizadores correram, e o cenário nos últimos dias foi muito melhor.
Com base nessas experiências, o prefeito Eduardo Paes deve baixar nos próximos dias um decreto com normas para eventos de grande porte - mesmo privados -, como o bloqueio de ruas, o ordenamento do transporte coletivo e obrigações de infraestrutura a serem seguidas por seus organizadores. Incluindo, até, o número de banheiros com água e esgoto, de acordo com a expectativa de público.
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