Uma roda que se soltou de um caminhão fez o motorista de um micro-ônibus perder o controle do veículo e bater de frente com um caminhão tanque, explodindo em seguida. A tragédia aconteceu às 20h30 de sábado na BR-277, em Guarapuava, na região Central, e matou 11 pessoas, deixando mais 14 feridos. Quatro passageiros do micro-ônibus ainda estão internados em unidades de terapia intensiva (UTI) de hospitais de Guarapuava. Cinco pessoas permanecem hospitalizadas, mas não correm riscos, e cinco já receberam alta.
O acidente aconteceu na altura do quilômetro 335, próximo à ponte do Rio das Pedras. Segundo o inspetor do Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal, Wilson Martines, a roda do terceiro eixo de um caminhão se soltou na pista e o micro-ônibus, que vinha logo atrás, bateu no objeto e perdeu o controle. O micro-ônibus invadiu a pista contrária e bateu de frente com um bitrem que carregava óleo diesel, da cidade de Luzerna, Santa Catarina.
Com o impacto, os dois veículos deslizaram numa ribanceira. O micro-ônibus pegou fogo. O caminhão que perdeu a roda só parou cerca de três quilômetros adiante, sentido Curitiba, quando o motorista percebeu o problema mecânico. Um Renault Scenic de Ponta Grossa, dirigido por Mauro Roberto da Silva, que seguia sentido Curitiba, bateu numa peça que estava na pista e tombou, mas os ocupantes não se machucaram.
A rodovia ficou interditada nos dois sentidos por três horas, causando uma fila de carros de cinco quilômetros. Por volta da 1h30 da madrugada de domingo, a pista foi totalmente liberada.
Ontem, a concessionária que administra o trecho retirou o caminhão e o micro-ônibus do local. O condutor do caminhão-tanque, Edenilson José de Souza, 47 anos, teve uma fratura e passou por uma cirurgia na madrugada de ontem no Hospital São Vicente de Paulo, mas já foi liberado.
Os passageiros eram transportados pela empresa Transtopic, que existe há cerca de 15 anos, em Curitiba. O dono da empresa, Darci Ferreira Borges, 60 anos, e o segundo motorista, Fadrac Antonio de Paula, estão entre os mortos.
Ao contrário do que foi divulgado, a empresa de transporte não foi contratada pelo consórcio Conpar. A contratação da Transtopic foi iniciativa particular de um grupo de funcionários para uma viagem de turismo a Foz do Iguaçu. Segundo o consórcio, os familiares das vítimas, que trabalhavam no Conpar, estão recebendo apoio da empresa. O consórcio, de Araucária, presta serviços de construção civil para a refinaria Repar, da Petrobras.
As informações foram confirmadas pelo amigo de Borges, Eder Silva, que prestava informações às famílias dos acidentados ontem. Para Silva, o acidente foi uma fatalidade. "O Darci era muito prudente, uma pessoa muito boa. Havia ficado viúvo havia seis meses. Pegou a todos de surpresa", comenta.