Depois das chuvas que ajudaram a baixar as temperaturas e, por consequência, o consumo de água no estado, a Sanepar suspendeu o rodízio de abastecimento em cinco das seis cidades que tinham adotado a medida emergencial. Apenas Arapongas, na região Norte, segue com o rodízio por tempo indeterminado. No Sudoeste, a suspensão definitiva do sistema de racionamento em Toledo, Assis Chateaubriand e Francisco Beltrão será avaliada hoje. Os três municípios estão com abastecimento normal desde sábado.
Apesar da situação estar mais tranquila, os reservatórios de algumas localidades continuam abaixo do normal em Curitiba e região, o nível médio das quatro barragens caiu de 85% para 82% no início desta semana. Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), apenas Colombo sofre com problemas localizados, segundo a Sanepar. Com as chuvas, a água do poço que abastece parte da cidade tem a turbidez alterada, o que diminui a produção em 15%. A expectativa da companhia é que a situação se normalize ainda nesta semana.
Torneiras secas
Os problemas na cidade, no entanto, começaram antes mesmo das chuvas, segundo moradores do bairro São Marcos, que chegaram a suportar quatro dias sem abastecimento. Na casa do administrador de empresas Adriano Antunes, 30 anos, a solução encontrada para garantir a alimentação e o banho da família de quatro pessoas que inclui uma senhora de 90 anos foi comprar dois galões de água mineral por dia. "Em situações de desligamento programado de um dia e meio, ainda dava para contornar enchendo baldes e a caixa dágua. Mas quatro dias seguidos ninguém suporta", reclama.
Com abastecimento normal desde sábado, Antunes conta que cada morador da rua tem uns cinco protocolos de atendimento na Sanepar. "Eles prometiam solucionar num horário e não resolviam."
O gerente-geral da Sanepar de Curitiba, região metropolitana e litoral, Celso Thomaz, explica que o problema de Colombo foi gerado por quedas de energia e remanejamento de água entre os sistemas, situação que não deve se repetir. De acordo com Thomaz, embora o nível das barragens tenha caído, a RMC teve uma melhora no abastecimento nos últimos dias. "Essa chuva de garoa, temporal, não resolve para elevar os reservatórios a um patamar normal. Ainda assim, está tudo bem abastecido. Mas, se aquele calor voltar, a situação anterior volta. Por isso, o uso racional continua válido", explica.
Situação de barragens no Sudeste melhora
Após um final de semana de chuvas no Sudeste e no Sul do Brasil, o nível dos reservatórios nessas regiões teve leve melhora. No Sudeste, de sexta até domingo, a quantidade de água armazenada nas reservas caíram apenas 0,1 ponto percentual, de 35,6% para 35,5%. De 11 a 13 de fevereiro, a queda havia sido de 0,8 pontos percentuais.
Já no Sul, a quantidade de água armazenada voltou a subir depois de quatro semanas de queda: de 42,8% sábado, foi para 43% no domingo.
Apesar dos resultados, as chuvas registradas na região do sistema Cantareira, em São Paulo, não têm sido suficientes para reabastecer as represas da região, as mais importantes no abastecimento da capital paulista.
Segundo a Sabesp, o nível do sistema continua bem baixo, em 18,5%, mas apresenta uma redução mais lenta.