Brasília Pela quinta vez desde que assumiu o governo, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, entregou o cargo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, dessa vez, o presidente aceitou. Apesar de deixar o cargo a apenas seis meses do fim do governo, Rodrigues disse que sua decisão não foi motivada por razões políticas, negou que esteja saindo por causa de problemas pessoais e disse apenas que sua "missão está cumprida".
O principal motivo do pedido de demissão foi a pressão da bancada ruralista, que criticava as dificuldades do ministro em ver seus pleitos atendidos totalmente dentro do governo. Ou seja, o ministro sentiu que perdeu o apoio de sua base.
Rodrigues, que teve atritos com a equipe econômica tanto na gestão de Antônio Palocci quanto na de Guido Mantega, comentou com assessores que já não se sentia confortável nas reuniões com ruralistas em suas visitas pelo país diante das reclamações de que não estaria obtendo o necessário ao setor.
A data de saída de Rodrigues ainda não está decidida. Amanhã, ele volta a falar com Lula para defini-la. O ministro já havia dito que não continuaria num segundo mandato de Lula. "Não existe nenhum componente político, muito menos ligação com o processo eleitoral. Estou deixando o governo porque minha colaboração se encontra terminada", afirmou. O pedido de demissão foi formalizado em jantar com Lula na terça-feira.
Bem-humorado, ele fez questão de demonstrar desprendimento quando questionado se seu cargo havia sido pedido para ser entregue ao PMDB. "Para mim ninguém pediu. Acho que se tivessem pedido, o presidente teria falado, mas não sou político, não tenho amor ao cargo."
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