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Curitiba

Não houve registros de rolezinhos em shoppings da capital paranaense neste fim de semana – pelo menos não em eventos marcados nas redes sociais. Os encontros, apesar da controvérsia que estão causando, são comuns em vários centros de compras há anos. Geralmente, os jovens se concentram nas praças de alimentação, sem causar transtornos. Porém, o movimento ganhou status de protesto após a polícia de São Paulo reagir com repressão a rolezinhos com grande número de pessoas, em dezembro.

      Apoiados por milhares de pessoas nas redes sociais, os rolezinhos que ocorreram no domingo em algumas cidades do país reuniram poucos manifestantes nos shoppings. No Rio de Janeiro e em Porto Alegre, havia mais jornalistas do que jovens no horário do evento.

      O Shopping Leblon, no Rio, decidiu fechar as portas, após uma decisão judicial liberar a realização do evento. Mesmo assim, um grupo compareceu no local no horário marcado, 14h20, e permaneceu para fazer protestos com tom político. Havia em torno de 40 pessoas; metade delas, jornalistas.

      "Esse ato é em apoio aos rolezinhos de São Paulo. A própria reação da sociedade a um evento que inicialmente era espontâneo das periferias de São Paulo politiza a questão. Eu estou achando ridículo o shopping fechar por isso, pois não havia nenhuma ameaça de violência", afirmou a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Tatiana Roque, 43.

      Em Porto Alegre, o alvo do rolezinho foi o Shopping Moinhos de Vento, um dos mais luxuosos da cidade. O empreendimento recorreu à Justiça para barrar o evento, mas uma decisão proibiu apenas atividades que pudessem "interferir no funcionamento" do local. Um grupo de dez pessoas compareceu ao local, mas logo se dispersou. Outro grupo, mais agitado, chegou ao centro de compras para participar do "rolê". Integrado por militantes da União da Juventude Socialista, organização estudantil ligada ao PCdoB, 12 jovens cantaram músicas de funk pelas dependências do estabelecimento comercial. O conselheiro tutelar da região, Cristiano Pinto, acompanhou o evento e diz que houve manifestações de racismo de moradores do bairro que pediram "providências" contra o ato e contra a presença de "maloqueiros".

      SábadoCerca de 50 pessoas participaram do rolezinho na noite de sábado no Plaza Shopping, em Niterói (RJ). Os manifestantes não foram impedidos de entrar no shopping, mas foram seguidos o tempo todo por cerca de 20 seguranças, alguns deles à paisana. Repórteres foram impedidos de entrar por seguranças e pela assessoria de imprensa do estabelecimento.

      No Shopping Center Nor­te, em São Paulo, um jovem de 18 anos recebeu uma citação, proibindo-o de participar de outros rolezinhos, sob risco de processo e multa de R$ 10 mil. O jovem foi identificado como um dos organizadores do rolezinho em uma página do Facebook, evento que reuniu cerca de 50 jovens. Os jovens averiguados poderão frequentar o shopping normalmente.

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