Duas mobilizações previstas para este sábado no Paraná prometem dar contornos solidários aos chamados "rolezinhos". Os eventos, marcados através das redes sociais, têm gerado polêmica quando estão ligados a visitas a shoppings. De carona nesta repercussão, internautas de Curitiba e Londrina, no Norte do estado, organizaram passagens por hemonúcleos. Eles buscam chamar atenção para a necessidade de ampliar os estoques disponíveis nestes bancos de sangue públicos.
Até o fim da tarde de ontem, o "Rolezinho no Hemepar" organizado na capital já reunia a confirmação de 2,4 mil usuários do Facebook. Em Londrina, evento semelhante, o "1.º Rolezinho para Doação de Sangue" tinha 2,6 mil presenças confirmadas. Em ambos os casos, a coleta de sangue dos doadores deve ocorrer ao longo do dia; das 8h às 17h30 no Hemocentro ligado ao Hospital Universitário de Londrina, e das 8h às 18 h no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar).
Diante do número alto de possíveis doadores, a assistente social do Hemepar, Nely Coimbra Moura, assinala que, em Curitiba, as coletas podem ser feitas ainda em outros cinco bancos de sangue distribuídos pela capital. O ideal é que parte das doações seja estendida a outros dias, em função da capacidade limitada de atendimento da unidade 250 pessoas e do prazo de validade do material. Segundo a assistente, as hemácias duram de 35 a 42 dias, o plasma cerca de um ano e as plaquetas apenas cinco dias. "Se cada um doasse duas vezes no período de doze meses, teríamos o suficiente para atender sem emergências", reforça ela.
Estender o "rolezinho" para outros dias foi a alternativa encontrada pelo organizador do evento em Londrina para incentivar os adeptos a fazerem sua parte, conforme a estrutura local. As doações dentro do "rolê" serão feitas de 1.º de fevereiro a 31 de março. São esperados 80 doadores por dia. "Nosso objetivo é fazer com que ao menos 30% dos participantes se tornem doadores regulares", define o analista de sistemas Gleidison Sampaio, que criou a página do evento no Facebook e começou a convidar amigos para a ação. "Chamei 200 pessoas. Os amigos gostaram e foram convidando outros amigos. Ultrapassou o que esperávamos", afirma.
A assistente social do Hemocentro de Londrina, Eliana Aparecida Palu Rodrigues, pontua que é importante que haja equilíbrio entre as doações. Hoje, lembra ela, o hemocentro do município consegue atender a demanda por sangue com cerca de 50 doadores diários, mas há períodos em que é preciso convocar aqueles cadastrados. "Precisamos ter um bom aproveitamento destas coletas", define.
Uma reunião em frente ao Hemocentro do HU, por volta das 8 horas, neste sábado, deve simbolizar o "rolezinho" no banco de sangue.
Medula
Evento semelhante, o "Rolezinho da Medula e Doação de Sangue" está sendo programado para acontecer na Santa Casa de Curitiba no próximo dia 13. Até ontem, 90 pessoas já tinham confirmado presença na ação.