São Paulo - O rompimento de parte da barragem Algodões 1, no norte do Piauí, causou a morte de pelo menos quatro pessoas e deixou 80 feridas no município de Cocal (a 282 km de Teresina). O rastro dos estragos provocados por uma onda de dez metros de altura atingiu uma área de 50 quilômetros quadrados.
Cerca de 120 casas ficaram destruídas na cidade de Cocal. São 2 mil pessoas desabrigadas e 953 desalojadas. Ontem de manhã, o governo do estado falava em cem desaparecidos. No início da noite, esse número caiu para 11.
Por volta das 16 horas de ontem, 10 milhões de metros cúbicos de água represada do Rio Pirangi vazaram quase que de forma instantânea após o rompimento de um pedaço de concreto da barragem por onde o excedente é escoado.
Há três semanas, o governo retirou cerca de 2,5 mil famílias da região em razão do risco de rompimento. Um dique foi construído a pedido do projetista da obra, o engenheiro Luiz Hernani, para conter a água. A barragem foi erguida em 2001.
As pessoas só começaram a retornar para casa após um parecer do projetista, na quinta-feira da semana passada, que dizia não haver mais risco.
Com o vazamento de água, que secou a barragem, duas garotas, uma de dez e outra de 12 anos, um homem de 72 anos e uma mulher de 73 anos morreram. O Exército, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estão no local auxiliando as vítimas e procurando desaparecidos.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), sobrevoou as áreas atingidas e classificou o que viu de "verdadeiro tsunami. Dias recebeu ontem uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestou solidariedade às vítimas e determinou apoio imediato da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Estragos
No município de Cocal, que tem 26,2 mil habitantes, postes e animais foram arrastados pela correnteza, pessoas se abrigaram em árvores e um trecho da BR-343 chegou a ser interditado. O fornecimento de energia foi cortado. Apenas um gerador mantém serviços essenciais, como o hospital, além do abastecimento de água.
A chuva que voltou a atingir a região na manhã de ontem deixou a população de Cocal ainda mais apreensiva. Desalojados não paravam de chegar à região central (que não sofreu com a enchente). Áreas próximas à barragem ficaram isoladas pela inundação.
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