O rompimento de uma barragem com resíduos de mineração de areia, na sexta-feira (5), provocou desabastecimento de água em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.
De acordo com a Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo), um talude da lagoa da mineradora Meia Lua 1 se rompeu pela manhã, resultando no lançamento de resíduos de beneficiamento de areia no rio Paraíba do Sul, em Jacareí (SP). Ninguém ficou ferido.
O acidente ocorreu após a mineradora Rolando Comércio de Areia lançar resíduos da extração de areia numa lagoa da Meia Lua 1. O lançamento alterou a qualidade da água da lagoa, que ficou turva, e elevou seu nível, o que resultou no rompimento do talude. Não se sabe até agora a quantidade de resíduo que vazou.
Segundo a Cetesb, as duas empresas têm licença ambiental, mas não havia autorização para o lançamento de águas residuárias da Rolando na lagoa da Meia Lua 1. Por isso, deverão ser punidas pela companhia, o que deve ser definido na próxima quarta-feira (10).
A Meia Lua 1 está com as atividades paralisadas por estar em processo de renovação de sua licença, enquanto a outra mineradora está totalmente regularizada, conforme a companhia.
O deslocamento dos resíduos no rio fez a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) interromper a captação de água do Paraíba do Sul ainda na noite de ontem em São José dos Campos. O motivo foi a turbidez, considerada acima do aceitável.
O rio abastece 75% da cidade, que tem cerca de 700 mil habitantes. Com isso, caminhões-pipa foram usados para atender locais prioritários, como hospitais.
Por volta das 12h deste sábado (6), a captação de água passou a ser retomada em São José, mas o sistema de abastecimento só deverá se recuperar totalmente ao longo do dia, de acordo com a Prefeitura de São José dos Campos. Nos pontos mais altos da cidade, a previsão é que a normalidade ocorra apenas neste domingo (7).
O talude que se rompeu em Jacareí está sendo reparado. Amostras da água foram enviadas para análise em Taubaté. Não houve mortandade de peixes. A reportagem não conseguiu contato com as duas mineradoras.
O episódio ocorre três meses após o desastre ambiental do rio Doce, em Mariana (MG). O rompimento de uma barragem da Samarco causou 19 mortes e deixou um rastro de destruição que atingiu o rio e chegou ao litoral do Espírito Santo, a 600 km de distância.
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