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Rosa Weber pauta julgamento sobre aborto em plenário virtual

Rosa Weber
A presidente do STF, ministra Rosa Weber. (Foto: Fellipe Sampaio/STF.)

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, pautou o início do julgamento da ação que discute a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação para a próxima sexta-feira (22).

A surpresa é o fato de o julgamento ser realizado no plenário virtual, quando os ministros apenas depositam os votos no sistema do Tribunal sem discussão ou transmissão pela TV Justiça.

ADPF 442, de autoria do PSOL em conjunto com o Instituto Anis, foi apresentada ao STF, em março de 2017, e pede que os artigos do Código Penal que tratam o aborto como crime sejam considerados inconstitucionais. Para os autores da ação, as mulheres teriam o direito de permitir a morte do bebê em uma gravidez indesejada até 12 semanas de gestação, independentemente das circunstâncias. Hoje, de acordo com o Código Penal, o aborto é crime, não punido quando a gravidez é fruto de estupro ou há risco de vida para a mãe. Em 2012, o STF definiu que o aborto de fetos anencefálicos também não deve ser punido.

Para justificar o pedido, o PSOL e o Instituto Anis afirmam que a “criatura humana intraútero” não seria uma “pessoa constitucional”, detentora de direitos. Nada na Constituição ou na tradição jurídica brasileira autoriza essa distinção, senão o raciocínio recente de alguns ministros do STF e as afirmações dos autores da ADPF 442.

A proposta é chamada pejorativamente como um “aborto jurídico”, já que a mudança na lei, caso fosse um consenso em sociedade, deveria ocorrer no Poder Legislativo, e não no Pode Judiciário - ainda mais sugerida por um partido nanico, que representa menos de 1% da população brasileira. Hoje, 70% dos brasileiros são contra a legalização do aborto.

A votação será encerrada no dia 29 de setembro, um dia depois da previsão para que Weber anuncie sua aposentadoria da magistratura.

A presidente do Supremo também é relatora da ação e tem um histórico de posicionamentos favoráveis ao abortamento. Ainda em 2018, a ministra convocou audiências públicas para debater a descriminalização do aborto e afirmou que o tema precisava de “amadurecimento”.

Dois anos antes, em 2016, ao julgar um caso específico na Primeira Turma do STF, Weber disse não considerar crime se o aborto for realizado no primeiro trimestre de gestação.

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