A quantidade de furtos e roubos de veículos no Paraná aumentou 9,4% nos três primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado. O número total de casos passou de 4.521 para 4.946. Porém, a quantidade de recuperação de automóveis também cresceu, em uma proporção maior: 35%. Os dados foram divulgados nesta semana pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) de Curitiba, especializada no combate a este tipo de crime. A explicação para o crescimento do número de casos e da atuação policial é o afrouxamento da legislação, segundo o delegado Marco Antonio de Goes, titular da DFRV.
Os números contrariam as tendências dos últimos anos no estado. Segundo relatório de 2011 da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), houve queda no número de veículos furtados e roubados entre 2009 e o ano passado.
Em 2009, foram roubados 20,1 mil carros, enquanto em 2010 esse número foi de 19,8 mil. O total de ocorrências chegou a 18,3 mil em 2011, o que corresponde a dois veículos roubados a cada hora.
De acordo com o balanço atual, a média diária de furtos e roubos de veículos no estado aumentou de 50 para 54 casos. Na capital, os bairros com maior registro de ocorrências na capital continuam sendo Água Verde, Pinheirinho e a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), segundo a DFRV. Os modelos de automóveis mais visados são os modelos populares Gol, Palio e Celta. Entre os veículos de luxo, destacam-se o Civic, Corolla e I30.
O delegado Marco Antonio de Goes afirma que o fator principal para o crescimento de furtos e roubos de carros é a entrada em vigor da lei n.º 12.403/2011, que permite fiança para crimes com pena de até quatro anos, como é o caso de furto e receptação. "A legislação permitiu um afrouxamento da pena e aumentou a sensação de impunidade", afirmou. "A gente prende um indivíduo com um carro roubado, ele diz que não sabia, que pegou o carro com alguém e é autuado por receptação. Aí paga a fiança e está em liberdade", desabafa.