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Hospital de Clínicas

Grevistas pedem saída de diretor

O comando de greve da UFPR emitiu uma carta que deve ser entregue amanhã para o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior e para o diretor-geral do Hospital de Clínicas (HC), Giovanni Loddo. Nela, os grevistas pedem que o diretor do HC renuncie ao cargo em razão de sua posição contrária aos interesses da categoria.

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Os acadêmicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que voltaram das férias de julho ontem encontraram vários serviços ainda suspensos, por causa da greve dos servidores técnico-administrativos. Os restaurantes universitários (RUs) e o setor de transporte continuam fechados, as bibliotecas estão funcionando parcialmente e muitos estudantes ainda têm dificuldades para completar o processo de matrículas.

Apesar dos transtornos, alunos ouvidos pela Gazeta do Povo apóiam a greve. Para Maicon Marcante, do curso de História, é legítima a adesão dos funcionários à paralisação, mas algumas atividades deveriam ser consideradas de emergência e ofertadas ao menos uma vez ao dia. "Almoço diariamente no restaurante universitário e estou tendo dificuldades para encontrar um local pelo mesmo preço que pagamos aqui (R$1,30). Acredito que os RUs deveriam ofertar pelo menos uma refeição ao dia. É um serviço fundamental para nós", diz.

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Como Marcante trabalha pela manhã e estuda durante a tarde, a solução foi optar pelos restaurantes do Centro, que são mais baratos. "Próximo do Guadalupe encontrei um lugar para almoçar, mas a qualidade da comida não se compara com a do RU", afirma.

Para quem mora nas Casas Estudantis, o problema é ainda mais grave. "Tenho amigos que não têm onde fazer o almoço, aí acabam optando pelos pequenos lanches", diz Marcante. A informação é confirmada pelo estudante Evandro Rozentalski, do curso de Química: "Eu consigo pagar um almoço mais caro, mas o valor é cinco vezes maior. Se você sair por aí perguntando vai perceber que todos os alunos estão revoltados com a situação. Não por causa da greve dos servidores, que é de direito deles, mas pela falta de um acordo definitivo".

Em relação às matrículas, os alunos confirmam que têm dificuldades para finalizar o processo, mas que isso sempre aconteceu. Para efetivar o registro acadêmico, os alunos devem acessar a internet, porém sempre encontram dificuldades por causa da falta de lançamento de notas e também porque, às vezes, algumas disciplinas obrigatórias não aparecem no sistema. "Eu consegui fazer a minha matrícula, mas o problema do sistema não tem relação com a greve. Ele sempre existiu", afirma Bruno Macedo, do curso de Educação Física.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), José Carlos Belotto, a previsão é de que a greve acabe em dez dias. "Na quarta-feira teremos uma rodada técnica em Brasília e na quinta-feira, uma nova mesa de negociações. O governo federal deve apresentar uma proposta razoável para a convenção da carreira e também para o aumento do piso salarial dos servidores técnicos-administrativos."