Os dormentes para os trilhos dos bondes sendo assentados. Rua Riachuelo, 6 de setembro de 1912| Foto:
Rua do Riachuelo em 1905
Revirada no calçamento pé de moleque para instalar os trilhos para os bondes elétricos na Rua Riachuelo em 1912
Inauguração da estátua do Barão do Rio Branco em 19 de dezembro de 1914. Ao fundo o início da Rua Riachuelo
Rua Riachuelo esquina com São Francisco. Casa Porcellana na década de 1930
Praça Generoso Marques e Rua Riachuelo, em 5 de agosto de 1946
Oficiais do Exército posam para a posteridade na sacada do quartel-general da Riachuelo em 1902

Este era o nome da rua no sé­­culo 19. Ao término da Guer­­ra do Paraguai o nome foi trocado de Carioca da Cruz para Rua do Riachuelo, como lembrança da famosa batalha naval ocorrida em 11 de junho de 1865, e devidamente registrada nos compêndios de nossa história.

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O primeiro nome, Carioca da Cruz, era em razão do chafariz que existia no descampado que ficava no final da rua e que servia os moradores com água potável. Hoje no local está instalada a Praça 19 de Dezembro. Naquele tempo o espaço estava ligado à várzea do Rio Belém.

A Rua Riachuelo, como é denominada atualmente, era um dos caminhos que levava para a Borda do Campo e a Estrada da Graciosa. Obviamente também era o destino mais curto entre o centro da cidade, o Passeio Público e o Alto da Glória, onde principiavam a se instalar em portentosas mansões os industriais da erva-mate. Quando foi inaugurado o serviço de bondes tracionados por mulas, a passagem daqueles coletivos era pela Riachuelo tendo o ponto final com o nome de Fon­­tana, pois o mesmo ficava exatamente na frente da casa do ervateiro Francisco Fasce Fontana.

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Em 1912, com o preparo das li­­nhas para receber os bondes elétricos, o trajeto dos mesmos foi estendido até os bairros do Juvevê e Bacacheri. O percurso continuou sendo pela Rua Riachuelo. No começo do século passado algumas repartições do Exército ali se instalaram e nas casas vizinhas vários oficiais moravam de aluguel, incluindo aí o capitão João Gualberto Gomes de Sá. O sobrado que serviu de quartel-general ainda conserva sua parede frontal. Nas décadas de 1930-40 esteve instalado na Riachuelo o Centro Preparatório de Oficiais da Reserva.

Contrastando com o comércio existente na atualidade, a Rua Ria­­chuelo possuiu, até meados do século passado, estabelecimentos cujo gabarito atraía a elite curitibana aos seus balcões e gabinetes. Para citar alguns deles temos: Hotel Mar­­tins, Casa Yvonne, Alfaiataria Mar­­quart, Far­­má­­cia Sommer, Ótica e Re­­lojoaria Raeder, Casa Luhm, Irmãos Riskalla, Casa Favorita, Casa Porcellana, Casas Pernambucanas, Casa Tókio, Casa Verde, Modas Madame Odette, Bar­­beri & Cia., além de alguns salões de beleza e barbearias.

Hoje a Rua Riachuelo cumpre o destino de todas as vielas das grandes cidades, com o comércio afugentado pela instalação da marginalidade. Hotéis muquifos servindo à prostituição. Droga comendo solta; assaltos e mais uma série de contravenções espantam qualquer ci­­dadão em passar por ali após o escurecer.Que o digam as pessoas "de bem" que ainda persistem em mo­­rar na Riachuelo. A esperança de to­­dos é que, com as mudanças projetadas pela prefeitura, o ambiente volte a ser socialmente aceitável.