Exemplo
Pista só para ônibus é uma realidade em São Paulo
Em São Paulo, as faixas exclusivas para ônibus são comuns. Os motoristas que desrespeitam a exclusividade das faixas, por onde só circulam ônibus e táxis com passageiros, são punidos com multas. Carros só podem trafegar pela faixa em finais de semana e feriados, com horários determinados.
O professor Ramiro Gonçalez faz uma analogia do quadro de Curitiba com o da capital paulista. Na avaliação de Gonçalez, durante anos São Paulo priorizou o transporte individual, com a construção de viadutos e alargamento de avenidas, que resultaram em um imenso congestionamento. Mesmo com a adoção de faixas exclusivas de ônibus e metrô, ele avalia o transporte paulistano como lento.
Para ele, Curitiba está indo pelo mesmo caminho, mas tem tempo de reverter a situação e a adoção de faixas exclusivas é uma solução viável. "Caminhamos para ter, com a Região Metropolitana de Curitiba, 3 milhões de pessoas e 2 milhões de carros. Cada carro ocupa seis metros quadrados. Não tem espaço físico para todo mundo. Sou favorável a qualquer ação no sentido de priorizar o transporte coletivo", afirma. (FT)
A Urbs estuda implantar faixas exclusivas para a circulação de ônibus em algumas ruas de Curitiba com o objetivo de aumentar a velocidade média do transporte coletivo. Muitas linhas que circulam fora das canaletas exclusivas enfrentam lentidão em vias comuns.
O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, diz que o transporte coletivo terá prioridade em relação ao individual. "Vamos trabalhar no estudo de faixas exclusivas, ampliação dessas faixas, de forma a garantir um padrão mínimo de velocidade do transporte coletivo."
Essa proposta também foi apresentada na Câmara Municipal. O vereador Valdemir Soares (PRB) reapresentou um projeto de lei arquivado em 2008 que propõe a instalação dessas faixas na Zona Central de Tráfego (ZCT) em vias com três ou mais pistas de circulação. De acordo com o projeto, os ônibus terão uma faixa preferencial quando a via tiver até três pistas de rolamento e exclusiva no caso de ruas com quatro ou mais pistas. Em sua justificativa, o vereador diz que a medida tornará o sistema mais eficiente, atraindo mais usuários.
Planejamento
Especialistas veem com simpatia a ideia de faixas exclusivas, mas discordam da forma como o processo está sendo conduzido. "O transporte coletivo tem que ser prioridade, não há dúvida. O modo de fazer não é legislando sobre isso na Câmara, é fazendo planejamento, uma atividade do poder Executivo", argumenta o professor do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração da UFPR Ramiro Gonçalez.
Para o professor Ricardo Bertin, coordenador-adjunto do curso de Engenharia Civil da PUCPR, a simples criação de faixas exclusivas não vai resolver os problemas de mobilidade em um passe de mágica. "Você vai continuar com o mesmo número de veículos de transporte individual, mas com menos espaço", lembra. Para Bertin, o assunto exige mais debate, principalmente sobre o volume de tráfego nessas ruas e quais serão os impactos para os demais veículos.
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