Quinze anos depois de ter sido acusado de participar do assassinato do agricultor sem-terra Sebastião Gomes, o ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Marcos Prochet, irá a júri popular hoje no 2.º Tribunal do Júri de Curitiba. A defesa do fazendeiro já havia conseguido adiar o julgamento outras duas vezes, em anos anteriores. Desta vez, os pedidos foram negados e o julgamento começa às 13 horas.
O assassinato aconteceu em 1998, em um despejo ilegal na cidade de Marilena, no Noroeste do estado. Um grupo de pistoleiros chegou a uma fazenda ocupada pelo Movimento Sem Terra (MST) e mandou todos se deitarem. Sebastião tinha um problema cervical e não pôde cumprir a ordem. Ele foi morto a tiros. A vítima tinha 65 anos.
Segundo a ONG Terra de Direitos, outras 17 pessoas ficaram feridas, inclusive crianças. A fazenda onde ocorreu o despejo já havia sido declarada improdutiva pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A terra foi desapropriada em 2001 e hoje, no local onde houve o crime, há um assentamento do MST que foi batizado em homenagem a Salgado.
Outras duas pessoas foram condenadas por participação no assassinato, incluindo o ex-proprietário da fazenda. Um terceiro envolvido foi absolvido.
O advogado de Prochet, Roberto Brzezinski Neto, foi procurado pela reportagem. A informação recebida é de que ele estaria em uma reunião e não poderia falar com a imprensa durante todo o dia de ontem.