A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quer alterar as regras de operação do Sistema Cantareira para não “perder” até 18% da água que pode ser retirada nos próximos dez anos do manancial por causa da crise hídrica. Em ofício enviado ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) para a renovação da outorga do Cantareira, a estatal afirma que, se o método do acordo assinado em 2004 for mantido, “haveria subutilização” do sistema após o fim da seca nos reservatórios.
“Uma eventual utilização da metodologia de 2004 implicaria manter os reservatórios desnecessariamente cheios e vertendo uma boa parte do tempo. Ou seja, haveria subutilização da infraestrutura do Sistema Cantareira (...). Isso porque a afluência ao Sistema Cantareira ao longo de 2014 foi um evento muito raro”, afirma a Sabesp.
Pelas regras da outorga vigente, a estatal pode captar até 31 mil litros por segundo do Cantareira para abastecer a Grande São Paulo.
Por causa da crise, essa captação foi reduzida para, no máximo, 13 mil l/s nesta primeira quinzena de maio, conforme os órgãos reguladores determinaram ontem. Como a estiagem atual é bem mais severa que a de 1953, que serviu de base para o cálculo de 2004, a estatal estima que só poderá captar 25,6 mil l/s do Cantareira, se a regra de segurança for mantida. A discussão para renovação da outorga começa agora e termina em outubro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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