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O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, manifestou apoio público à Gazeta do Povo pelos ataques que o jornal vem sofrendo por parte do Sleeping Giants Brasil (veja em vídeo abaixo). Ele também condenou grupos anônimos que buscam cercear a liberdade de imprensa. A milícia anônima lidera campanha virtual para constranger os anunciantes da Gazeta do Povo. O objetivo do grupo é fazer com que o jornal de mais de 100 anos de atividade feche as portas.
"Eu gostaria de me solidarizar publicamente com a Gazeta do Povo, que vem sofrendo ataques por grupos anônimos que tentam cercear um dos pilares básicos da democracia: a liberdade de imprensa. Fica aqui registrado o meu respeito à Gazeta do Povo e a minha repulsa a grupos anônimos que buscam cercear a liberdade de imprensa”, disse Sachsida nesta terça-feira (17). A fala foi feita ao final da coletiva convocada para explicar as novas projeções do governo para os principais indicadores econômicos.
Os ataques à Gazeta do Povo e a seus anunciantes começaram após o jornal informar que não iria afastar o colunista Rodrigo Constantino, envolvido em uma falsa acusação de apologia ao estupro. O colunista explicou sua visão sobre o tema debatido e pediu desculpas por excessos em texto publicado em seu blog. A Gazeta divulgou uma carta de esclarecimentos aos seus leitores, dando mais detalhes sobre a tomada de decisão.
Ainda assim, o Sleeping Giants continuou sua campanha de constrangimento na internet. Mais de 13 anunciantes da Gazeta do Povo cederam às insistências da milícia anônima.
Outras menções de apoio
Além de Sachsida, outras pessoas públicas já declaram apoio à Gazeta do Povo e condenaram os ataques por parte do Sleeping Giants. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, publicou em sua conta oficial no Twitter que o jornal é um alvo errado da milícia e lembrou que a Gazeta do Povo é um jornal centenário, reconhecido por reportagens jornalísticas relevantes.
“As declarações de Rodrigo Constantino no caso Mariana Ferrer merecem total repúdio, mas não se justifica a campanha do Sleeping Giants contra a Gazeta do Povo, jornal paranaense centenário. Compreendo a campanha contra ódio na rede, mas a Gazeta é um alvo errado”, tuitou o ex-juiz federal.
“A Gazeta do Povo faz reportagens jornalísticas relevantes, como a série Diários Secretos contra a corrupção, sendo o principal jornal do Paraná. Não pode ser equiparada a um site ou blog de fake news ou de fomento ao ódio ou a um veículo de extrema direita ou de extrema esquerda”, publicou Sergio Moro em outro tuíte.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, o deputado federal Diego Garcia (Pode-PR) classificou os ataques por parte do Sleeping Giants Brasil como censura. “A milícia anônima Sleeping Giants Brasil começou uma campanha nas redes sociais para perseguir e constranger os anunciantes da Gazeta do Povo. O grupo, que já vitimou dezenas de empresas e pessoas que não compactuam com sua visão, utilizou o oportuno pretexto da polêmica que envolveu um dos colunistas do jornal para atacar o periódico. Sabemos, no entanto, que o verdadeiro objetivo desse grupo é outro, de claro viés ideológico, que é cercear a liberdade de expressão e fazer com que o centenário jornal feche as portas. (...) Uma coisa é a manifestação de descontentamento em relação a uma opinião que é considerada controversa. Isso é democracia, isso é liberdade. Outra bem diferente é o ataque com o objetivo de calar as manifestações das quais o grupo discorda. Isso é censura. Isso é ditadura”, afirmou o deputado Diego Garcia (Pode-PR).