Os cachorros acompanham a humanidade desde que esta deixou as cavernas. Seja como auxiliares em caçadas, guardiões ou simples animais de estimação, há aproximadamente 6 mil anos os cães convivem pacificamente com o homem. Apesar da parceria milenar, o "melhor amigo" pode causar sérios problemas nos centros urbanos. Além de se reproduzirem rapidamente e em grande número, os cachorros podem transmitir doenças, como a raiva, e causar acidentes de trânsito.
A Coordenação de Controle de Zoonoses (CCZ) da prefeitura de Curitiba estima que pelo menos 180 mil cães tenham acesso às ruas da cidade, entre animais abandonados e os que são soltos diariamente por seus donos. A população total estimada é de cerca de 460 mil, com base em estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pesquisas da prefeitura em três bairros da cidade. As principais formas de se evitar o aumento no número de cães abandonados ainda são a castração e as campanhas educativas.
Para controlar o acesso dos cães às ruas, não basta apenas recolhê-los. Desde o fim do ano passado, o Canil Municipal deixou de executar os animais abandonados em Curitiba. Atualmente eles ficam três dias em observação, período em que são castrados e tratados, à espera de adoção. Se não forem adotados, são devolvidos às ruas.
Segundo Regina Utime, da CCZ de Curitiba, 16.500 cães eram mortos a cada ano na cidade. Ela nega, no entanto, que a população tenha crescido. "A ciência diz que não adianta tirar o animal da rua, porque outros virão ocupar o espaço. Matar o animal é jogar dinheiro fora", diz Regina. O Canil Municipal comporta entre 50 e 70 animais.
Seminário
O assunto foi debatido ontem à tarde, na Câmara Municipal de Curitiba, no 4.º Seminário "A Proteção e a Defesa como Direito dos Animais em Curitiba", organizado pelo vereador Ângelo Batista (PP). Durante o evento foram debatidas as leis municipais de proteção aos animais, entre elas uma do vereador Reinhold Stephanes Jr. (PMDB) que prevê campanhas de conscientização e de esterilização de animais. "A lei já está vigor, mas falta ser efetivada", afirma Stephanes. "Organizações não-governamentais já pensavam em ações na justiça, mas o caminho não é esse. Sentimos que há boa vontade por parte da prefeitura."
Para a bióloga Tosca Zamboni, presidente do Conselho Municipal de Proteção aos Animais, a castração é a principal forma de combater a superpopulação. "O aumento da população é geométrico, porque há dois ciclos reprodutivos por ano", comentou. "Animais na rua são um problema de saúde pública. E podem gerar acidentes de trânsito e de mordedura. As pessoas são responsáveis por essa situação."
De acordo com Regina, a prefeitura está estudando novas estratégias para orientar a população em relação à posse responsável dos animais. No final do ano passado, uma campanha resultou na castração de cerca de 700 cães na Vila Osternack. Desde o início do ano, o alvo vem sendo a Vila Torres. A prefeitura fornece os materiais cirúrgicos e transporta os animais. Organizações não-governamentais fazem uma triagem e entram em contato com clínicas veterinárias que prestam serviço voluntário.
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