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Saem os ODM, entram os ODS com a missão de erradicar a miséria

Nova estratégia das Nações Unidas visa cumprir a meta não atingida pelos Objetivos do Milênio. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Nova estratégia das Nações Unidas visa cumprir a meta não atingida pelos Objetivos do Milênio. (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

Como tornar o mundo um lugar mais justo, solidário e melhor para se viver? Há 15 anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu metas aos seus 191 países membros traduzidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que terminam em dezembro com um saldo positivo, mas inconcluso. A partir de janeiro de 2016, serão os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que guiarão a prosperidade global pelos próximos 15 anos. O foco principal continua sendo a erradicação da pobreza extrema no mundo.

No Brasil, os setores público, privado e social começam a avaliar como aplicar os ODS a partir de um relatório-síntese da ONU. O documento começou a ser elaborado em 2012 na Rio+20, com apoio e colaboração de governos, empresários e milhares de pessoas ao redor do mundo, em consultas presenciais e online. Os ODS estão sendo estabelecidos sobre as bases dos ODM, para completar o trabalho inacabado e atender às prioridades globais para o desenvolvimento sustentável.

São 17 objetivos e 169 metas sobre questões de desenvolvimento sustentável apresentados no documento, que irão pautar a nova agenda de desenvolvimento das Nações Unidas. Um dos objetivos diz respeito aos meios de implementação e financiamento da sustentabilidade.

Os outros 16 são temáticos e procuram avançar ainda mais em relação aos ODM (pobreza, saúde, educação, gênero), promover a economia sustentável (crescimento inclusivo, empregos e infraestrutura) e a sustentabilidade ambiental (mudança do clima, oceanos e ecossistemas, consumo e produção sustentável). Tudo isso aliado às sociedades pacíficas e inclusivas (agenda de governança, Estado de direito, violência).

Os ODS focam nos três pilares fundamentais da sustentabilidade: o social, o ambiental e o econômico. A diferença básica em relação aos ODMs é que estes focavam mais em questões sociais e menos com o aspecto econômico do desenvolvimento. Também havia uma preocupação maior em relação às necessidades dos países em desenvolvimento. Agora também os países desenvolvidos estão compromissados. A intenção é que os ODS tenham uma abrangência mais global, com as atenções voltadas também para o meio ambiente.

Para dar certo, essa nova agenda de desenvolvimento depende da capacidade de mobilizar cidadãos e governos de todo o mundo. Atualmente, um grupo de 30 países, incluindo o Brasil, está fazendo um estudo sobre quais devem ser os indicadores que vão balizar os avanços dos 17 objetivos e das 169 metas. Esses indicadores terão de comparar de maneira equilibrada as condições atuais de países com realidades bem diferentes e serem capazes de medir os avanços em cada um deles considerando essas diferenças. A previsão é de que esses indicadores sejam anunciados em reunião da ONU em setembro.

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