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A estimativa da safra de trigo em 2006 é de que a produção caia 45,10% em relação ao ano passado, para 2,5 milhões de toneladas, segundo o levantamento de setembro do IBGE . O resultado será o menor desde 2000, quando foram produzidas 1,7 milhões toneladas, e é próximo do patamar verificado no início dos anos 80.

Segundo as indústrias processadoras de trigo, o resultado da menor safra neste ano deve impactar os preços dos derivados do produto em 2007, incluindo o pão francês, macarrão e biscoitos. Por causa da menor oferta do insumo, as indústrias estimam um aumento de 25% no valor da farinha de trigo.

Segundo o IBGE, as principais causas para essa redução são a queda de 25,39% nas áreas plantadas em todos os estados produtores, além da baixa cotação do produto no mercado interno e as dificuldades de comercialização enfrentadas nas últimas safras. Além disso, a estiagem ocorrida nos meses de abril e maio e as geadas, nos meses de agosto e setembro, contribuíram para a pequena safra deste ano.

O IBGE acrescenta que a descapitalização dos produtores, aliada à inadimplência e conseqüentemente a restrição ao crédito, também resultou numa implantação da safra com baixo nível tecnológico.

Ainda de acordo com o IBGE, a expectativa para safra total de grãos deste ano foi reduzida em 0,76% em setembro. A previsão feita com base nos dados do mês passado foi de 116,5 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em agosto, a expectativa era de uma safra de 117,4 milhões de toneladas.

Mesmo com a queda, a estimativa deste ano ainda é 3,53% superior à safra de 2005 (112,574 milhões de toneladas). O milho e a soja, responsáveis por cerca de 80% da produção nacional de grãos, apresentaram, em valores absolutos, os maiores ganhos de produção em relação ao ano anterior: milho 1ª safra (15,92%), milho 2ª safra (33,08%) e soja (2,43%).

Além do trigo, também sofreram redução das áreas plantadas o arroz (-24,35%), a soja (-4,02%). As informações fazem parte do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola realizado pelo IBGE.

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