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Curitiba

Sagüi se hospeda na selva de pedra

Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). (Foto: Divulgação)

Um barulho estranho ao ambiente urbano tem sido ouvido no bairro São Francisco, em Curitiba, nos últimos quatro dias. Trata-se do assobio fino e contínuo da mais nova companhia dos moradores: um sagüi-de-tufo-preto (Callithrix penicillata). O pequeno primata, que tem o rosto escuro, corpo marrom, um topete claro e um rabo de cerca 30 centímetros, "montou" sua casa em um pinheiro no quintal de uma residência na Rua Carlos Cavalcanti, entre as ruas Portugal e João Manoel.

A dona de casa Doroti Coelho, 45 anos, e a sua filha, a contadora Luciana Coelho do Nascimento, 22 anos, moram em um prédio que faz fundos com o terreno da casa em que está o sagüi. Da janela do quarto de Doroti, elas podem observar atentamente os hábitos do pequeno animal. Preocupadas com o destino dele, elas ligaram, nos últimos dias, a vários órgãos públicos para que fossem recolhê-lo: 156 (prefeitura), Corpo de Bombeiros, Delegacia do Meio Ambiente, Ibama, entre outros. Mas, segundo elas, todos mandaram ligar para Força Verde que, por sua vez, mandou deixar o animal onde está. "Fico preocupada, porque aqui não é o hábitat dele. Tenho medo de que ele não tenha o que comer, fique estressado ou morra", diz Luciana.

Comum

A ocorrência desse animal em Curitiba não é tão incomum como se imagina. Segundo dados do Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde, em média, cerca de 15 ligações são registradas todos os meses, noticiando o aparecimento de sagüis. "É bem normal, não tem risco nenhum. É só não mexer com ele, nem alimentá-lo para não criar um vínculo de dependência", orienta o comandante da 1.ª Companhia da Força Verde, capitão César Lestechen Medeiros.

De acordo com ele, os sagüis só são capturados pela Força Verde se estiverem causando algum problema ou sofrendo maus-tratos. "Caso contrário, é melhor deixá-lo livre do que colocá-lo em um cativeiro. Do mesmo jeito que veio de algum lugar, ele volta", diz.

O médico veterinário e professor de Clínica de Animais Selvagens da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Ricardo Vilani, diz que, embora exótico, o animal não oferece risco algum ao homem. "O sagüi-de-tufo-preto é o mais comum de ser criado como animal de estimação. Ele pode transmitir doenças comuns como qualquer primata, como raiva, leptospirose, tuberculose, entre outros, mas é o mesmo risco de uma pessoa transmitir uma doença a outra", explica.

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