Impactos do binário
- O aumento do número de carros em uma rua que integra o binário pode levar à retirada das faixas de estacionamento, inicialmente de um lado e depois de outro;
- O impacto do movimento também reflete nas vias transversais, que também podem sofrer com o grande fluxo de veículos no acesso ao binário. É comum nessas ruas o estacionamento passar a ser regulamentado (EstaR);
- O maior movimento de veículos altera a vida do pedestre nas proximidades do binário. O trânsito mais intenso pode dificultar o deslocamento a pé pela região;
- O zoneamento da cidade pode ser modificado com a criação do binário. Em alguns casos, há praças ou determinadas propriedades que precisam ser "divididas", para que o binário passe em um determinado local.
Fonte: Ricardo Bertin, engenheiro civil, mestre em transportes e coordenador-adjunto do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
O número de binários em Curitiba aumenta a cada ano. Em 2011, a tendência não foi diferente. A solução de transformar ruas paralelas em mão única - uma para cada sentido - há alguns anos é uma das soluções encontradas pela prefeitura de Curitiba para tentar amenizar o trânsito na cidade.
Só em 2011, passaram a funcionar cinco grandes binários em Curitiba: Jerônimo Durski/Gastão Câmara; Bororós/Guaianazes; Teffé/Roberto Barroso; Oyapock/Marechal Humberto de Alencar Castello Branco; e Júlia da Costa/Princesa Izabel. E o número deve aumentar, já que há trechos em obras, como no binário Chile/Guabirotuba.
Para o engenheiro civil, mestre em transportes e coordenador-adjunto do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ricardo Bertin, toda a forma de organização do trânsito em uma cidade é válida e os binários são uma forma de organização.
Segundo Bertin, a implantação dos binários precisa ser estudada, já que eles podem provocar diversos impactos em uma região. "A Rua Teffé, por exemplo, tem muito comércio, mas uma boa parte é residencial", avalia. Para ele, em locais desse tipo, as mudanças são ainda maiores.
Como alternativa para os binários, o engenheiro vê duas soluções: aumentar o número de ruas ou diminuir o de carros. Para aumentar o número de vias, a cidade precisaria investir em ruas elevadas e viadutos, a exemplo do que ocorre em São Paulo, por conta do trânsito, e Rio de Janeiro, em função do relevo.
Já para reduzir o número de carros, os usuários de automóveis precisam migrar para o transporte público. Para isso, Bertin ressalta que é importante ter transporte público de qualidade. Outra alternativa para a mudança na forma de locomoção é com a criação de pedágios no centro da cidade. "Londres adota o pedágio na cidade, mas é uma medida extremamente impopular e que foi pensada por mais de dez anos. Além disso, exige um investimento em dispositivos que fiscalizem os carros", explica.
Outras medidas que podem surtir efeito são os incentivos e investimentos para que as pessoas utilizem as bicicletas, além de carros menores. O professor destaca que na França, carros compactos elétricos são alugados para as pessoas andarem nas regiões centrais. Para Bertin, a mudança de cultura é difícil, já que no Brasil, ao contrário da Europa, o carro é um sonho de consumo.
Os binários de 2011
No Campina do Siqueira, a grande alteração no tráfego da região tem a ver com o início da operação do binário Jerônimo Durski/Gastão Câmara. A Jerônimo Durski ficou em mão única do Terminal do Campina do Siqueira até o cruzamento com a Rua Gastão Câmara. Após esse trecho, a via tem mão dupla. O sentido da Gastão Câmara é do Batel ao Bigorrilho. Toda a via ficou em mão única.
O binário Bororós/Guaianazes, no bairro Vila Izabel, alterou o trânsito na ligação com o Portão. A Rua Bororós passou a ter sentido único da Rua Eurides Cunha para a Rua Vital Brasil. No mesmo trecho, o sentido da Rua Guaianazes é o inverso.
No Bom Retiro, as ruas Teffé e José Antoniassi passaram a operar em mão única no sentido Centro-bairro. As alterações fazem parte do binário que as ruas fazem com a Rua Dr. Roberto Barroso, que opera no sentido contrário.
As obras de construção das trincheiras da Linha Verde Norte também alteraram o trânsito no Cristo Rei. Além de bloqueios na Rua Agamenon Magalhães, já houve mudança no sentido da Oyapock, que passou a operar sentido Alto da XV-Jardim Botânico, e na Marechal Humberto de Alencar Castello Branco, onde os veículos seguem no sentido contrário.
No Bigorrilho, o binário formado pelas alamedas Júlia da Costa e Princesa Izabel alterou o trânsito no local. A Júlia da Costa passou a ser mão única, sentido Centro-bairro, entre as ruas Marechal José Bernardino Bormann e Jerônimo Durski. Já a Alameda Princesa Izabel, opera no sentido oposto.
Além dos binários finalizados, a prefeitura ainda trabalha no das ruas Chile/Guabirotuba, que é uma das melhorias previstas entre as obras para a Copa de 2014.
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