Com seu Diário de um Banana debaixo do braço, Kauã Cardozo segue para a escola. É dia do brinquedo. Em seu quarto, livros e HQs têm algo em comum com a chuteira e o videogame: todos são motivo para brincadeiras. Aos 9 anos, o menino é um exemplo de como incentivar a leitura como prazer – e não obrigação – na escola e em casa.
Veja oito dicas para estimular a leitura
“O exemplo é tudo. Se temos pais leitores, teremos um filho leitor. O filho copia as práticas dos pais. Então, se eles têm o hábito de ler diariamente, de comprar livros e assinar jornais e revistas, eles transmitem para a criança o prazer pela leitura”, resume a psicopedagoga Esther Cristina Pereira, diretora da Escola Atuação.
Os pais, inclusive, não precisam esperar a alfabetização para começar os ensinamentos. Literatura é imersão em uma outra realidade, e desde a tenra infância a criança pode ser estimulada. De ler antes de dormir a brincar com um livrinho de plástico no banho, tudo vale.
Kauã herdou as revistas Recreio de seus irmãos mais velhos muitos antes de treinar as primeiras letras, ainda na fase do “rabisco”, por volta dos 2 anos de idade. Logo começou sua própria coleção. A publicação vinha acompanhada de um brinquedo, cuja história é contada na revista. “A gente lia para ele esta historinha toda semana, e ele sempre atento”, conta a mãe, Claudia Costa. Ela própria e o pai de Kauã, Roger Cardozo, são leitores vorazes.
Mas o amor pela leitora também pode ser incentivado em crianças mais crescidinhas. Especialmente quando há um bom professor ou professora para orientá-las desde a alfabetização.
Com as atribulações da vida moderna, muitos pais e mães acabam sem tempo de sentar e ler com os filhos. “Esta responsabilidade acaba sendo absorvida pela escola”, observa a psicopedagoga Esther Cristina Pereira. Ela coordena uma espécie de semana literária, realizada desde o ano 2000, em que os estudantes participam de atividades como leitura de poesia e contação de histórias. A escola também participa do projeto Ler e Pensar, da Gazeta do Povo. “O jornal em sala de aula ainda desenvolve o gosto pela leitura e a cidadania”, conclui.
Oriente-se
Com o objetivo de fazer crianças e adolescentes se apaixonarem pela literatura, a atriz Élida Marques criou o projeto Ler é uma Viagem, que já foi apresentado a mais de 30 mil pessoas. Ela e a consultora Amanda de Oliveira ensinam a estimular a leitura. Veja:
Comece cedo
Não existe idade para apresentar a leitura às crianças. A convivência com livros e histórias pode ocorrer desde a gestação. Conversas diárias com o bebê e narração de histórias em voz alta ajudam. “É importante associar esse momento à tranquilidade e ao afeto”, diz Amanda.
Atitudes leitoras
Mostre que você também é um leitor apaixonado. O exemplo é fundamental para que elas tenham prazer de ler. Fale sobre os livros que você gostava quando tinha esta idade, mostre as histórias que lê hoje. Leia em voz alta as que você gosta muito.
Livros por todo lado
As crianças devem sempre ter à mão livros diferentes, e devem ser livres para investigá-los. Seja em casa, em livrarias ou bibliotecas. Assim, podem escolher por conta própria o que querem ler.
Faixa etária
Em geral, bebês gostam de poesias pelas rimas e repetições. Já os adolescentes curtem livros com muita ilustração e pouco texto. Mas não se prenda a isso. Muitas vezes eles gostam de textos e estilos que não foram destinados especificamente a eles. Ofereça o maior número possível de gêneros e formatos de livros, dos clássicos aos modernos; de contos a poesias; finos, grossos ou com estampa.
Ofereça paixões
Encontre um livro que fale sobre algum tema pelo qual já são apaixonados. Também não imponha seu gosto pessoal. Ofereça estímulos e eles desenvolverão seu estilo por conta própria.
Preconceito
Não há certo e errado na hora de ler algum livro. Quando as crianças e adolescentes passam a fazer suas próprias escolhas, os adultos podem achar que aquela não é a melhor obra ou temática. Mas é o que desperta o interesse deles.
Saia do literário
Há muito mais no mundo da leitura a ser explorado. Gibis, revistas e outros formatos que não só os livros tradicionais devem integrar o universo literário de pequenos e adultos.
Não se chateie
Pular páginas “chatas” ou desistir do livro antes do fim são atitudes comuns das crianças que irritam os adultos. Mas é preciso entender que a criança não vai gostar de literatura de uma hora para outra. Dê tempo ao tempo.
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