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dois casos no paraná

Saiba os riscos da presença de formol nos alimentos

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(Foto: Gazeta do Povo/Arquivo/)

Dois casos de formol encontrados em alimentos chamaram a atenção dos paranaenses nas últimas semanas. No primeiro deles, em Umuarama, no Noroeste do Paraná, foi comprovado que um lote de carne da Friboi, recolhido em outubro de 2014, continha a sustância. Nesta quarta-feira (9), um lote de leite da marca Lactomil, processado em Serranópolis do Iguaçu, no Oeste do Paraná, também foi recolhido por estar contaminado por formol.

A Anvisa esclarece por meio do Informe Técnico nº53 os riscos da presença de formol nos alimentos. “O formol é tóxico se ingerido, inalado ou tiver contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea”, segundo o informe. Ainda de acordo com a Anvisa, em quantidades menores, o formol pode causar irritação nos olhos, nariz e garganta, além de dificuldades para respirar. Quanto maior for a concentração da substância e o tempo de exposição, mais graves são as consequências.

O chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Santana, reforça o alerta da Anvisa e também destaca os perigos do contato com a substância, comum em conservantes e cosméticos, mas em quantidades controladas.

“Em quantidades um pouco maiores temos consequências como embolia pulmonar, pneumonias e risco de vida. O formol puro é o mais perigoso, normalmente causam dores abdominais, náuseas, dores de cabeça, diarreias e convulsões, assim como a morte por falência respiratória”, explica Santana.

O produto também está associado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer como o de nasofaringe e nasossinusal. Ainda segundo a Anvisa, há fortes evidências de que também o formol pode estar relacionado a leucemia. A orientação principal é se dirigir a unidade de saúde mais próxima em caso de qualquer sinal de intoxicação por formol.

Por que o formol?

A presença do formol na carne e no leite tem motivos diferentes. Na bebida está associada principalmente ao aumento de volume, enquanto na carne serve para “maquiar” uma degradação do alimento.

Santana também destaca que no caso dos leites, é comum que a contaminação ocorra nos caminhões pipas, os chamados atravessadores. “Os caminhões são os responsáveis por levar o leite dos produtores até os laticínios e, como recebem por volume de leite, usam o formol ou ureia para aumentar essa quantidade”. Ainda que provado a adulteração antes de chegar no laticínio, a responsabilidade pela qualidade do produto final continua sendo das empresas.

O produto é usado no processo porque é mais difícil de ser identificado pelos testes feitos no leite. Se a água fosse usada para adulterar o produto final, seria facilmente desmascarada pelos testes, já o formol precisaria de análises mais detalhadas para ser detectado.

Testes mais específicos normalmente só são feitos depois de recebidas denúncias de alterações. No caso da carne em Umuarama e do leite em Serranópolis do Iguaçu não foram registrados casos de intoxicações por quem consumiu os alimentos e os testes foram feitos depois de relatos de alteração no sabor.

“Os testes não são um processo simples, são feitas análises extremamente complexas. Também não é qualquer laboratório que está preparado para realizar esse procedimento, por isso eles demoram alguns meses para ficar prontos”, destaca Sabrina Vianna, chefe de controle e monitoramento sanitário da Vigilância Sanitária Municipal.

Denuncie

Qualquer alteração observada pelos consumidores deve ser comunicada pelos telefones 156 ou 0800 644 00 41. “As denúncias não podem ser anônimas nestes casos, pois precisamos ir até o consumidor e fazer o recolhimento do produto, que deve estar fechado. Se o produto já estiver aberto iremos até o estabelecimento para procurar outro exemplar do mesmo lote e encaminhar ele para análise que vai comprovar qualquer adulteração do produto”, explica Vianna.

Colaborou: Getulio Xavier.

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