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Pressão alta

Sal gourmet não é sinônimo de saúde

Sal rosa do Himalaia e sal refinado comum: ambos são carregados em sódio e perigosos para a saúde se consumidos em excesso. | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Sal rosa do Himalaia e sal refinado comum: ambos são carregados em sódio e perigosos para a saúde se consumidos em excesso. (Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo)

Na era da gourmetização, até o sal ganhou as mais diversas versões. Há o sal rosa do Himalaia, o havaiano, o marinho, o negro, a flor de sal... Nas prateleiras dos empórios gourmets e também nos supermercados, as versões desse alimento tão essencial ao nosso cotidiano se multiplicam. Mas todas continuam a possuir sódio, cujo consumo em excesso é perigoso para saúde.

“Tudo que se relaciona ao sal, seja flor de sal, sal do Himalaia, do mar morto... Seja o que for, vai conter na sua composição o cloreto de sódio”, afirma a engenheira de alimentos Cláudia Degáspari. “O que existe por trás desses alimentos é uma história que agrega valor e charme”, completa.

O cardiologista Everton Donbeck, do hospital Costantini, também orienta a tomar cuidado com o sal, seja qual for a versão escolhida. “Sendo sódio, é preciso ficar atento”, alerta o médico, que explica quais são os problemas causados pelo consumo excessivo: “ele causa retenção de líquido e faz a pressão arterial subir”.

A hipertensão é uma das principais doenças crônicas não transmissíveis da população do Brasil. Dados da última PNAD indicam que cerca de 21% dos brasileiros relataram diagnóstico prévio de pressão alta. Na Região Sul, cerca de 23% da população relatou ter a doença. Em todo o mundo, as doenças cardiovasculares –diretamente ligadas à pressão alta – continuam a ser as que mais matam.

Para escapar dessas estatísticas, um começo é reduzir o consumo de sal. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que se ingira até 5 g ramas de sal por dia – o equivalente a 1,7 g de sódio. Mas pesquisa do IBGE mostra que o brasileiro ainda está longe dessa marca. Em média, ingerimos 12 g de sal diariamente.

“Infelizmente, tem sódio em tudo: no leite, no refrigerante, até na água mineral”, comenta Donbeck. Nessa lista, o pão francês de todos os dias é um vilão. “Duas unidades fornecem, mais ou menos, ¼ de todo o sódio que você pode ingerir num dia”, conta Cláudia.

Se há sódio em quase tudo, o que fazer para não extrapolar o máximo recomendado?Aqui entra aquela recomendação batida de retirar o saleiro da mesa – por mais charmoso que ele seja. Outra estratégia é apostar nos temperos naturais – como cebola, alho e salsa – para dar sabor sem precisar recorrer ao sódio.

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