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A intervenção de soldados do posto avançado da Polícia Florestal na Ilha do Mel, no litoral do estado, evitou que uma mulher, não identificada, fosse agredida por vários moradores do local. Os moradores queriam se vingar da mulher por ela ter destruído, na manhã de ontem, imagens, bancos, vasos e vidraças da igreja Nossa Senhora dos Navegantes, localizada no Farol das Conchas. Os policiais tiveram que negociar com os moradores a retirada da mulher da ilha. O padre Carlimar Gonçalves de Hollanda, da Mitra Diocesana de Paranaguá, condenou a ação dos fiéis. "É uma atituque não se espera nunca daqueles que freqüentam uma igreja", disse ele.

Logo após a abertura do templo, por volta das 10 horas, a mulher entrou no local e, sem qualquer razão aparente, iniciou a destruição, segundo descreveu o presidente da comissão de festejos da igreja, Alcione Valentim, 37 anos. Contida pelos policiais, a mulher foi levada ao posto da Polícia Ambiental na localidade de Nova Brasília, na região meridional da ilha. Ali, vários moradores se reuniram para tentar agredir a mulher.

"Tivemos que agir com serenidade para acalmar os ânimos e conseguir retirá-la de lá", contou o tenente Kleber Piovesan, que comandou a ação policial no local. A remoção da mulher ocorreu quase quatro horas após sua detenção. No Batalhão da Polícia Ambiental em Paranaguá, para onde foi levada, os policiais não haviam conseguido até o fim da tarde de ontem confirmar a identidade da mulher. Ela teria informado que seria da cidade de Cerro Azul, mas não portava qualquer documento. Os policiais lavraram um termo circunstanciado e pretendiam liberá-la ontem ainda.

Valentim lamentou a destruição da igreja e disse que iria iniciar uma campanha para reconstrução. "Havia imagens aqui de quase um século", contou. Ele informou que a mulher estava na ilha há duas semanas e estaria trabalhando como doméstica em uma residência. "Ninguém a conhecia direito", disse. Segundo Valentim, "se não houvesse a intervenção dos policiais, ela poderia até ser linchada".

A igreja destruída é local da festa de Nossa Senhora dos Navegantes, evento religioso significativo no litoral do estado, que atrai centenas de fiéis, no mês fevereiro, acompanhando uma procissão de barcos.

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