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As viroses que acometem Salvador nos primeiros dias depois do carnaval são quase tão tradicionais na folia baiana quanto os trios elétricos. A combinação entre aglomeração de pessoas, muitos beijos e falta de descanso dos foliões durante a festa costuma "derrubar" soteropolitanos e turistas. Algo tão comum na cidade que, todo ano, a doença ganha um nome relacionado ao carnaval - ano passado, por exemplo, foi apelidada de Dalila, por causa do sucesso de Ivete Sangalo.

"Na verdade, não é apenas uma doença, mas uma série de infecções febris que podem se espelhar nesse tipo de situação", explica a coordenadora da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Nair Amaral. Na lista, de resfriados comuns a meningite e gripe A (H1N1).

Por causa do aumento do número de casos de meningite registrado no ano passado em Salvador - 43,4%, na comparação com 2008 - e do risco de surto da gripe, por causa da grande quantidade de turistas na cidade, a prefeitura montou, na área externa do Estádio da Fonte Nova, um posto avançado de pronto atendimento de saúde exclusivo para infecções febris. No local, uma equipe de infectologistas e pneumologistas atende os pacientes que apresentarem febre e identifica a causa do sintoma.

"Assim que for detectada a suspeita de infecção febril em um paciente atendido em qualquer um dos 15 postos montados para o carnaval, ele será encaminhado para o posto avançado, ou para o Hospital Couto Maia, o hospital de referência desse tipo de doença, onde também está sendo mantida uma equipe para tratar apenas desses casos", explica o secretário de Saúde de Salvador, José Carlos Brito.

De acordo com dados da secretaria, a primeira noite de carnaval registrou uma diminuição de 25,5% no número de atendimentos nos postos avançados de saúde, com relação ao mesmo período da folia de 2009. Foram atendidas 408 pessoas, 103 delas com ferimentos causados por brigas e 74 com intoxicação.

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