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SAÚDE

Samu do Litoral terá um mês para rever consórcio

Guarda inadequada de equipamentos é um dos problemas | Oswaldo Eustaquio/ Gazeta do Povo
Guarda inadequada de equipamentos é um dos problemas (Foto: Oswaldo Eustaquio/ Gazeta do Povo)

O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) deu o prazo de 30 dias para que os municípios do Litoral solucionem os problemas encontrados na gestão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo o conselho, caso as medidas não sejam tomadas, os médicos podem deixar de atender pelo Samu no Litoral.

Uma fiscalização feita pelo órgão no final do mês passado constatou falta de pagamentos aos funcionários do Samu e irregularidades na infraestrutura. De acordo com o CRM, o serviço não está cumprindo suas finalidades, o que coloca em risco a população da região. "Os profissionais estão com salários atrasados, os carros estão sem manutenção, a guarda de equipamentos e medicamentos é inadequada. Nem uniforme os funcionários têm", disse Alexandre Gustavo Bley, presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná.

A gestão do Samu nos sete municípios do Litoral – Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná – é feita pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (Cislipa). Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Paranaguá, o consórcio já acumula uma dívida de R$ 1,4 milhão.

A prefeita de Guaratuba e presidente da Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (Amlipa), Evani Justus, afirma que a prioridade é regularizar as pendências e manter o serviço em funcionamento. "Há problemas na antiga gestão do consórcio. Foi feita licitação com irregularidades, foram contratados médicos a preços irreais", afirma Evani, referindo-se à gestão do ex-prefeito de Paranaguá, José Baka Filho.

O ex-prefeito Baka contesta a prefeita de Guaratuba e afirma que a dívida deve-se à falta de repasses feitos pelos municípios integrantes do consórcio. "Poucos municípios do litoral mantiveram em dia os repasses e, com isso, o dinheiro pagava apenas os salários e não eram suficientes para cobrir todos os encargos sociais", explica o ex-prefeito.

Além disso, o ex-secretário executivo do Cislipa, Gianfrank Julian Tanbosetti afirma que a despesa do consórcio era maior do que sua receita. "Os salários dos médicos estavam muito acima do mercado. Se pagava R$ 117 a hora, o que rendia ao médico R$ 4.248 reais por plantão", justifica.

Semana passada, ficou definido que o prefeito de Paranaguá, Mário Roque, assumiria a presidência do consórcio por 90 dias – período em que será feita uma auditoria no serviço. Depois desse prazo deve ser escolhido um novo presidente.

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