O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) protocolou na manhã de ontem uma notificação de interdição ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (Cislipa). A medida foi tomada após o conselho profissional averiguar as más condições estruturais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do litoral. O consórcio, com sede no município de Paranaguá, é responsável por gerir as unidades médicas que atendem sete municípios da microrregião.
Caso o consórcio não efetue as melhorias na estrutura dentro de 15 dias, a contar a partir da próxima segunda-feira, o CRM determinará que os médicos cadastrados no conselho suspendam os trabalhos, o que afetaria cerca de 250 mil pessoas em Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná.
O CRM começou a realizar vistorias no Samu em setembro do ano passado. "Os funcionários não tinham uniforme de trabalho", exemplificou Alexandre Gustavo Bley, presidente do CRM-PR. Os problemas começaram ainda na implantação do sistema, em junho de 2012, durante a gestão do ex-prefeito José Baka Filho. Entre as irregularidades apontadas pelo vice-prefeito de Paranaguá, Edson de Oliveira Kersten, responsável por coordenar o Cislipa, estão as a ausência de balanços contábeis e registros das atividades administrativas. Os funcionários também estavam com os salários atrasados. A Secretaria de Saúde do Paraná informou que haverá uma reunião na segunda feira entre a secretaria, CRM, prefeitura de Paranaguá e Cislipa para discutir como atuar para melhorar as condições do Samu litoral.